Segundo o diretor, o Butantan possui capacidade para produção de mais doses, caso seja manifestado interesse pelo governo federal ou por estados.
"Nossa atividade industrial pode ser retomada a qualquer momento. Podemos chegar, como foi feito no primeiro fornecimento ao ministério, a fornecer até 100 milhões de doses. Depende da demanda, e estamos totalmente preparados para atender a demanda."
A fábrica nacional para produção da CoronaVac sem a dependência de insumos da China, no entanto, não está pronta.
Prometida para ser entregue em setembro de 2021, a obra sofreu atraso e ainda faltam equipamentos importados. Para ser inaugurada, a planta também depende de inspeção da Anvisa.
"A fabrica está na sua fase final de estrutura física de obras civis e já recebendo equipamentos. Então esses equipamentos estão sendo instalados, e isso vai permitir que ela entre em operação, não ainda produzindo as vacinas para distribuições, mas para ser qualificada, inclusive pela nossa Anvisa", disse Dimas Covas nesta quinta.
Desde o final do ano passado a Anvisa analisava o segundo pedido de autorização de uso da CoronaVac para crianças e adolescentes, feito pelo instituto. As solicitações, porém, previam vacinar o grupo de 3 a 17 anos. O primeiro pedido, feito em julho do ano passado, foi negado em agosto por falta de documentação.
Segundo Dimas Covas, o Butantan apresentará um novo pedido para incluir a faixa etária de 3 a 5 anos.
"Vamos fazer um pedido de extensão ao pedido original, simplesmente apresentando mais dados especificamente para essa faixa etária [3 a 5 anos]. Nós temos alguns estudos em andamento, estudos de efetividade no Chile, estudos na fase 3 em alguns países do mundo. Vamos fornecer esses dados", disse, nesta quinta.
A liberação aprovada pela agência seguiu as recomendações da área técnica, que definiu os seguintes critérios:
- Mesma formulação que aquela aplicada em adultos;
- Mesma dose;
- Mesma posologia: duas doses no intervalo entre 2 a 4 semanas;
- Faixa etária: 6 a 17 anos;
- Não aplicar em crianças imunocomprometidas.
Vacinação de crianças no país
A vacinação de crianças no Brasil começou a ser feita na semana passada, logo após a chegada do primeiro lote de vacinas pediátricas da Pfizer, até então, o único imunizante aprovado pela Anvisa para este grupo.
As vacinas foram destinadas incialmente a um grupo prioritário, formando por crianças com comorbidades, indígenas e quilombolas.
O indígena Davi Seremramiwe Xavante, de 8 anos, foi a primeira criança a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Ele recebeu a dose em um evento simbólico organizado pelo governo de São Paulo.
Fonte: G-1