Tornozeleira eletrônica leva 'Trafigata de Curitiba' de volta para a cadeia
11/02/2022 05:47 em DIVERSOS

 

RIO - Camila Marodim, que ficou conhecida como 'Trafigata de Curitiba', foi presa novamente nesta quinta-feira após pedido do Ministério Público do Paraná (MP) por violação do monitoramento eletrônico, o qual ela estava submetida. Segundo relatório do MP, ocorreram seis violações relativas à área de inclusão do monitoramento, sendo que uma delas durou cerca de 4 dias. O advogado Cláudio Dalledone, que defende Marodim, afirmou que as violações se deram no contexto da "busca frenética" da mulher por se manter viva. No final de janeiro, ela foi vítima de um atentado na porta de casa.

Outras nove violações também foram registradas, segundo o pedido de prisão do MP, feito na terça-feira e deferido ontem. Essas são referentes ao final da carga da bateria da tornozeleira eletrônica. Os intervalos registrados vão de 4 horas até 1 minuto.

Marodim já havia sido presa preventivamente no final do ano passado, mas teve a prisão convertida em domiciliar, com monitoramento eletrônico,  por ter filhos pequenos.

De acordo com o promotor Alfredo Andreazza Dal Lago, apenas uma das violações, ocorrida no dia 27 de dezembro, quando a mulher teria ido buscar atendimento médico, teria sido justificada à Justiça. Camila foi levada para a Penitenciária Feminina do Paraná (PFP).

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Para o Ministério Público, o atentado sofrido por Camila na semana passada, no portão da casa onde estava morando em Curitiba, seria um indicativo de que ele continua a ocupar suposta posição de comando em uma organização criminosa de tráfico de drogas. O pedido do MP aponta também que a emboscada sofrida pela mulher colocou em risco a vida de seus filhos.

O juiz Sérgio Bernardinetti, da Vara Criminal de Piraquara, acatou a argumentação do MP. Para o magistrado, ficou comprovado que uma das violações de Camila foi quando ela sofreu o atentado.

— As violações foram notórias, ganhando até mesmo as páginas da imprensa, eis que, diante de uma dessas violações, a investigada acabou vítima de uma tentativa de homicídio, que por muito pouco não lhe custou a vida e ocasionou ferimentos em terceiro — escreveu o juiz, na decisão.

 

Em nota, a defesa da mulher se pronunciou sobre a prisão: "As violações do monitoramento da tornozeleira de Camila Marodin, que ensejou o pedido de prisão, se devem pela busca frenética dela se manter viva. O atentado sofrido por Camila Marodin, que é objeto de investigação das forças policiais do Paraná, foi uma das situações de ameaça de morte que ela enfrentou. A defesa de Camila Marodin confia no trabalho da Polícia Militar e da Polícia Civil do Paraná para identificar e prender os autores e possíveis mandantes da tentativa de homicídio contra ela"

Atentado quando voltava do mercado

No dia 31 de janeiro, Camila Marodim foi vítima de uma tentativa de assassinato na porta de sua residência, no bairro do Alto Boqueirão em Curitiba. Ela voltava de um mercado e estava acompanhada de um amigo quando um carro estacionado em sua rua disparou contra ela. Ela escapou das 20 balas, mas o homem ficou ferido e foi levado ao Hospital do Trabalhador.

Segundo o advogado Cláudio Dalledone, que representa Camila, a casa no Alto Boqueirão foi a terceira que a investigada usou como residência desde que começou a cumprir prisão domiciliar, em meados de dezembro. As mudanças sucessivas de endereço teriam sido motivadas pela suspeita de que um cerco estaria se montando contra a mulher. Ela constantemente veria movimentações estranhas nas redondezas de onde morava, explicou o advogado.

Marodim foi presa preventivamente no dia 12 de dezembro, em Matinho, no litoral paranaese, em uma operação da Polícia Militar, que investigava a quadrilha da qual ela faria parte. O Ministério Público do Paraná denunciou Camila por associação ao tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Dias antes, Camila viu o marido ser executado durante a festa de aniversário de um dos filhos do casal, em Pinhais. No episódio, quatro homens teriam disparado de um carro contra Ricardo Marodim, quando ele saiu do salão de festas onde o evento acontecia. Ele era suspeito de ter envolvimento no tráfico de drogas na região.

Fonte: O Globo

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