Neste sábado (18) bombeiros foram acionados para combater um foco próximo a uma área de mata, às margens da BR 356, em Ouro Preto, na região Central do estado. Segundo os militares, havia o risco de as chamas atingirem o Parque Estadual do Itacolomi.
O estado tem 38 parques estaduais, que se destacam pela grande beleza e relevância ecológica, além de Áreas de Proteção Ambiental, que são monitorados pela Força-tarefa Previncêndio.
Todos os parques têm monitoramento local de focos de indêndio. Mas o rastreamento de todas essas áreas verdes conta com uma ajuda tecnológica importante: satélites que identificam pontos de calor e fornecem as coordenadas geográficas desses locais.
O monitoramento de “pontos quentes” na superfície da terra é feito por três satélites: o NOAA 12, O NOAA 16 e o TERRA/MODIS. Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF) também são usadas as informações do satélite meteorológico GOES, capaz de fornecer imagens a cada 30 minutos.
Todos os dias, o sistema Previncêndio recebe Mapas de Risco Meteorológico e de Precipitação elaborados pelo Instituto Nacional de Pesquisa (Inpe). Esses relatórios servem de base para os cálculos sobre o comportamento do fogo, como a velocidade de propagação.
Após a detecção de um possível incêndio, há um cruzamento de dados com a base de dados georreferenciados do IEF. Nessa fase é que entra em ação o Sistema de Alerta e Risco de Incêndios Florestais, que é estruturado em três níveis gradativos de alerta: verde, amarelo e vermelho.
- Alerta verde: alto risco de incêndios florestais ou em vegetação de interesse ecológico como os campos naturais e os rupestres.
- Alerta amarelo: risco muito alto de incêndio em unidade de conservação ou em área prioritária para conservação. Esse alerta também é acionado após 36 horas de alerta verde.
- Alerta vermelho: incêndio florestal confirmado.
Na primeira fase (verde), as informações são comparadas com os mapas de vegetação do Estado e com as autorizações emitidas pelo IEF para queimas controladas. O alerta amarelo só é emitido após a verificação dos mapas das unidades de conservação e das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade.
Se o incêndio for confirmado - alerta vermelho -, as Brigadas Voluntárias de Combate ao Incêndio Florestal, os Escritórios Regionais e os Núcleos Operacionais do IEF são acionados e fazem avaliação de campo.
No estado, há duas principais centrais que funcionam 24 horas ininterruptamente, para receber os chamados e coordenar o acionamento de equipes e avaliação de riscos. Uma fica em Januária, na região Norte, e a outra em Curvelo, município escolhido pela posição central estratégica.
Assim que a ocorrência é registrada, viaturas do IEF ou do Corpo de Bombeiros que estiverem mais próximas do local do fogo recebem um alerta e se deslocam para a área.
(Curso de brigadistas voluntários || Arquivo Semad)
Curso de brigadistas voluntários / Arquivo Semad
Neste ano, 280 brigadistas foram contratados para atuar no combate a incêndios florestais em áreas de preservação estaduais. O edital foi aberto em março deste ano e as equipes já estão em treinamento.
Os parques são unidades de conservação criados para preservar a fauna e flora nativas, principalmente as espécies ameaçadas de extinção, os recursos hídricos (nascentes, rios, cachoeiras), as formações geológicas.
Além disso, são importantes para estudos e pesquisas científicas, educação ambiental e turismo ecológico, além de conservar valores culturais, históricos e arqueológicos. Confira aqui a lista dos Parques em Minas Gerais que podem ser visitados.
Qualquer pessoa pode acionar o serviço pelo telefone 0800 28 32323, para avisar sobre incêndios em parques florestais estaduais e áreas protegidas. Os plantonistas também recebem denúncias sobre incêndios criminosos, que têm pena de multa e prisão, quando confirmados.
Fonte: Hoje em Dia