A CPI do MEC busca apurar as denúncias de que pastores teriam intermediado a liberação de recursos do Ministério da Educação. O escândalo levou à prisão no mês passado do ex-ministro da pasta Milton Ribeiro. Ele foi solto no dia seguinte, mas as investigações continuam.
A Polícia Federal baseou a operação que levou à prisão de Ribeiro em indícios de irregularidades na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC. Ribeiro é investigado por corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência.
Para fazer frente à CPI do MEC, a base governista passou a defender a leitura dos requerimentos de CPIs de interesse do governo.
Uma dessas CPIs busca investigar o crime organizado e o narcotráfico. Outra pretende apurar eventuais irregularidades em obras inacabadas de governos anteriores.
As comissões criadas nesta quarta são as seguintes:
Outra comissão já oficialmente criada, mas que ainda aguarda a indicação de membros, é a CPI do Desmatamento na Amazônia. Dois requerimentos sobre esse tema já tinham sido lidos. Os pedidos foram unificados em uma única CPI. Com isso, o Senado terá quatro novas comissões de investigação.
Composição
As vagas nas CPIs criadas são divididas de acordo com o tamanho dos blocos parlamentares.
Conforme a Secretaria-Geral do Senado, a distribuição das 11 vagas titulares das CPIs ficará assim:
Bloco Unidos pelo Brasil (MDB e PP): 3 vagas;
Bloco Juntos pelo Brasil (Podemos e PSDB): 2 vagas;
Bloco da Resistência Democrática (PT, Pros, PSB e Rede): 2 vagas;
Bloco PSD/Republicanos: 2 vagas;
Bloco Vanguarda (PL e PTB): 1 vaga;
Bloco União Cristã (União Brasil, PSC e Cidadania): 1 vaga.
Para depois da eleição
O acordo para adiar o início do CPI do MEC para depois das eleições causou descontentamento na oposição.
Autor do pedido de criação da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que se retirou da reunião com os senadores e Pacheco na qual foi tomada essa decisão.
Segundo ele, no encontro estavam querendo “acertar juízo de conveniência e oportunidade” para a instalação da comissão de inquérito.
Randolfe Rodrigues informou que, se os líderes não indicarem os membros da CPI, ou seja, se protelarem o início dos trabalhos, ele apresentará uma ação ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"CPI é direito constitucional da minoria parlamentar. Não existe a possibilidade de não ser instalada. Não pode ser obstruída. Se os líderes partidários não fizerem indicação, nós iremos ao STF para que a Constituição Federal seja cumprida", disse em uma rede social.
A solução de recorrer ao Supremo foi adotada no ano passado por Randolfe Rodrigues e pelos senadores Alessandro Vieira (PSDB-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) em relação à CPI da Covid.
Na ocasião, Pacheco nem sequer admitia ler o requerimento de criação da comissão, mas foi obrigado a fazê-lo por determinação do Supremo, após ação impetrada no tribunal pelos senadores.
Fonte: G-1