Entrega de coletes à prova de bala vira novo atrito da cúpula da PF com equipe da segurança de Lula
DIVERSOS
Publicado em 25/08/2022

 

Uma entrega de coletes à prova de balas virou o motivo de uma nova rusga entre a cúpula da Polícia Federal (PF), em Brasília, e a equipe da corporação que cuida da segurança do ex-presidente Lula (PT).

Todos os presidenciáveis têm direito à proteção por agentes da PF – o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) faz a segurança de Jair Bolsonaro – e a escalada da violência política tem causado preocupação na equipe responsável pela de Lula.

Responsável pelo contato com as campanhas, em Brasília, o coordenador de Proteção à Pessoa da Polícia Federal, Thiago Ferreira, cobrou o chefe da equipe de segurança de Lula, o também delegado da PF Andrei Passos, sobre a comunicação com a campanha sobre a retirada de um conjunto de coletes à prova de balas. Segundo relatos ao blog, Thiago se incomodou pois queria que Passos fosse pessoalmente buscar os coletes, mas reclamou que a campanha de Lula não respondeu por WhatsApp sobre quem seria o emissário da campanha.

Passos destacou um integrante de sua equipe para fazer a retirada já que estava às voltas com a segurança do ex-presidente.

 

Segundo o blog apurou, a cúpula da PF não gostou e reclamou em um ofício enviado à equipe de segurança de Lula que o chefe da segurança do petista sequer teria respondido por WhatsApp.

Passos, então, respondeu também por ofício enviado no fim da manhã de terça-feira (23). Segundo relatos obtidos pelo blog, Andrei Passos disse que indicou um representante para retirar os coletes, e que a informação sobre dia, hora e local para a retirada chegou apenas informalmente, por mensagem de WhatApp.

Horas depois, Ferreira respondeu alegando que todos os chefes de equipes de segurança de presidenciáveis – com a exceção da de Lula – vinham indicando por WhatsApp os policiais responsáveis por pegar os coletes e que a demanda "poderia ter sido facilmente resolvida com um gesto de gentileza mediante uma simples aposição de um "ciente" ou de um "" no grupo de WhatsApp".

 

Cobrada pela direção da PF, a equipe de segurança de Lula respondeu que em nenhum momento foi instada pelos canais institucionais da Polícia Federal a indicar representante, mas informalmente comunicada por mensagem de WhatsApp. E que, mesmo diante do que chama de falha de comunicação, indicou, sim, representante que esteve lá na hora para fazer a retirada.

Ferreira também se queixou de uma reportagem do jornal "O Globo" que apontou que as equipes da PF estavam trabalhando sem ter acesso a coletes à prova de bala, e recomendou que a discussão com o chefe da segurança de Lula fosse envaido ao gabinete do diretor-geral da PF por conta da "exposição institucional negativa na mídia".

Nos bastidores, há a avaliação entre integrantes da PF que a cúpula da corporação – hoje indicada pelo presidente Bolsonaro – está incomodada com o protagonismo e autonomia do delegado Andrei Passos. Num eventual governo Lula, ele é um dos cotados para assumir a direção-geral da PF.

A escalada da violência política aumentou a preocupação da campanha de Lula com a segurança do candidato do PT. Num ofício – revelado no início do mês pela "Folha de S.Paulo" e confirmado pelo blog –, essa equipe pediu apoio a superintendências da PF nos estados, alegando a existência de "opositores radicalizados" e o acesso ampliado a armas de fogo decorrentes das mudanças na legislação feitas por Bolsonaro desde 2019.

 

 

Fonte: G-1

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