Pessoas mais pobres, menos instruídas, mulheres e negros foram as mais aderiram à vacinação contra Covid 19. A conclusão é de um levantamento nacional feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) entre julho e agosto de 2022 com 1,2 mil pessoas.
Segundo a pesquisa, 86% dos brasileiros que ganham até um salário mínimo tomaram duas, três ou mais doses dos imunizantes.
Duas doses da vacina contra Covid-19 foram recebidas por 87% dos negros e 89% das mulheres entrevistadas. Já pessoas ricas, brancas e evangélicas foram as que menos se imunizaram, revelou a Unifesp. Os dados revelaram que 41% do público que ganha altos salários sequer se vacinaram ou estão com apenas uma dose.
No grupo que se recusou a completar a imunização, 32% têm Ensino Superior e 29% são brancos e homens.
"Os mais privilegiados da sociedade foram os que tiveram o comportamento mais antissocial durante a pandemia", analisou o coordenador da pesquisa, Pedro Fiori Arantes.
Outro dado que chama a atenção na pesquisa são as internações em decorrência do coronavírus. Elas foram maiores entre participantes do sexo masculino, ricos e instruídos.
Entre os mais abastados, 19% precisaram de internação. Já em relação aos mais pobres (ganham até um salário mínimo). apenas 8% precisaram ser internados. Além disso, 28% dos que precisaram de internação têm curso superior e apenas 14%, nível fundamental.
"A população mais vulnerável e que mais sofreu com a pandemia tendo que se deslocar para o trabalho presencial em ônibus lotados foi a que mais aderiu à vacina contra Covid e defendeu a ciência", analisou o coordenador da pesquisa da Unifesp.
A pesquisa também revelou que a política e a religião interferiram na adesão ao "kit Covid", sem comprovação científica, defendido pelo Governo Federal. Os evangélicos que se declaram pró-
Bolsonaro foram os que mais aderiram ao chamado kit Covid (7%).
"Enquanto o país vive na onda da ciência, essa parcela da população está na contramão do desejo da maioria", disse Pedro Fiori Arantes.
Fonte: Hoje em Dia