O governo federal espera reunir 280 mil pessoas nos atos que envolvem a comemoração dos 200 anos da Independência do Brasil, neste 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios. A estimativa foi divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República. A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal para pedir uma previsão de público nos atos. A pasta disse ao R7 que não faz estimativas em relação a eventos.

Desde a noite de segunda-feira (5), grupos que pretendem assistir aos desfiles e ir às ruas em manifestações pró-governo começaram a movimentar a área central de Brasília. Até esta terça (6), a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal havia cadastrado dez movimentos para os atos.

Em meio a buzinaço, caravanas de caminhoneiros se anteciparam ao bloqueio da Esplanada e desfilaram no Eixo Monumental na noite desta segunda-feira (5). No ano passado, os veículos também fizeram um ato a favor do governo nas vésperas do feriado, momentos antes de a Esplanada ser fechada para a circulação de veículos. 

Parte dos veículos estava caracterizada com as cores da bandeira brasileira e cartazes em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Por causa da manifestação, a Polícia Militar antecipou o bloqueio da Praça dos Três Poderes, que estava previsto apenas para a véspera das comemorações da Independência, nesta terça (6). 

Além do esquema de segurança reforçado em toda a área da Esplanada, com atiradores de elite, cavalaria, cães e batalhão de choque, também há atenção especial para o Supremo Tribunal Federal (STF). Nos últimos meses, a Secretaria de Segurança da Corte realizou ações especializadas para identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais ou potenciais durante os atos.

A Esplanada está fechada a partir da alça leste da Rodoviária do Plano Piloto, a 3 km do Congresso, até a via L4. As vias só devem ser liberadas para o trânsito de veículos após o fim do desfile e das manifestações previstas. Por isso, o governo federal e o do Distrito Federal preferiram suspender o expediente nesta terça-feira (6). 

Caminhões também estão proibidos de entrar na Esplanada ou de se aproximar do prédio do STF. Já carros de som estão autorizados a circular na área, porém devem parar antes do Palácio do Itamaraty. Manifestantes também não poderão avançar além desse perímetro.

Quem chegar de ônibus em caravanas deve desembarcar na altura da rodoviária porque não haverá estacionamento na Esplanada. Os manifestantes que chegarem de carro terão que estacionar no Setor Hoteleiro Norte, no Palácio do Buriti ou no Tribunal de Contas do DF. Desses locais, poderão seguir a pé até a Esplanada.

Com o bloqueio do acesso à Esplanada, a Secretaria de Segurança vai instalar pontos de revista e proibiu a entrada de pessoas com objetos perfurantes ou cortantes, como vidros, fogos de artifício e hastes para bandeiras. O uso de drones sem autorização para voos no espaço aéreo da Esplanada também está vedado.

Agentes do Detran, Polícia Militar e Departamento de Estradas e Rodagem (DER) vão monitorar o movimento em outras vias distritais e federais. Em frente ao Museu Nacional estarão instalados os comandos das corporações policiais e também pontos de atendimento médico do Samu e do Corpo de Bombeiros. Câmeras de alta resolução serão usadas para acompanhar a movimentação.

O setor hoteleiro registra até segunda-feira (6) 81% de lotação. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), a ocupação da rede no DF pode chegar a 90% até quarta-feira (7). O levantamento da instituição leva em consideração os hotéis localizados no Plano Piloto e em regiões próximas, como Águas Claras e Taguatinga. Isso significa que os hotéis de Brasília devem receber entre 10 mil e 11 mil hóspedes. O índice é inferior ao observado em 2021. No ano passado não houve desfile na Esplanada. Mas houve manifestações na área central da cidade.

"No ano passado houve um fenômeno e podemos dizer que a rede hoteleira do Distrito Federal foi surpreendida pela movimentação no feriado de 7 de Setembro, quando chegamos a quase 100% da ocupação. Neste ano, houve uma preparação anterior e já esperávamos a grande procura por causa do cenário político", comenta Henrique Severien, presidente da Abih.

O desfile cívico está marcado para as 8h, e manifestações em apoio ao governo federal devem ocorrer a partir das 13h. O evento contará com a presença já tradicional das forças militares, das escolas de Brasília, das escolas militares e até com um grupamento de tratores, além do desfile aéreo da Esquadrilha da Fumaça.

Fonte: R7