Segundo as investigações, ele recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.
A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada.
O ex-secretário foi preso em continuidade às investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, que está preso desde o ano passado, acusado de corrupção dentro da Polícia Civil. Demétrio é investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários e também teria participação na morte do contraventor.
O delegado Antônio Ricardo, ex-diretor da Delegacia de Homicídios, também é alvo da operação. Agentes do MP cumpriam mandado de busca e apreensão na residência dele na manhã desta sexta. Antônio Ricardo é candidato a deputado estadual.
Allan é candidato pelo Partido Liberal (PL) e recebe apoio do governador Claudio Castro na sua candidatura a deputado federal.
O advogado de Allan Turnoviski, Fernando Drummond, disse que ainda não teve nem acesso ao processo, nem ao pedido de prisão.
A advogada do delegado Antônio Ricardo disse que um celular foi apreendido, além de três outros aparelhos que estavam em sua casa.
“Por enquanto, ele está sendo investigado, e vamos apurar os fatos que estão sendo imputados a ele. É muito suspeito, em época de eleição, já que ele está vindo a deputado, aparecer uma busca e apreensão na casa dele, onde nada de ilícito foi encontrado”, diz a advogada Adriana Gláucio.
Turnowski foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB) e deixou a pasta durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivado por falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.
Depois, em 2020, ele voltou ao posto – que passou a ser uma secretaria do governo do estado – onde ficou até o início deste ano, quando saiu para se candidatar. Sob sua gestão, a pasta inaugurou uma força-tarefa de combate às milícias, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.
Turnowski também anunciou reformas em 25 delegacias e criou um prédio para o setor de Inteligência da Polícia Civil, no Centro do Rio.
Durante sua gestão, no entanto, Turnowski foi criticado pelas 28 mortes em uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021. O secretário sempre defendeu a ação da Polícia Civil.
Mesmo com uma decisão do STF restringindo operações no Rio durante a pandemia, o número de ações da polícia aumentou entre 2020 e 2021.
Fonte: G-1