Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil do RJ, é preso por suspeita de envolvimento com jogo do bicho
DIVERSOS
Publicado em 09/09/2022

 

O Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta sexta-feira (9), o ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski. Ele foi preso por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Turnowski deixou o cargo em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PL.

Segundo as investigações, ele recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.

A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada.

 

O ex-secretário foi preso em continuidade às investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, que está preso desde o ano passado, acusado de corrupção dentro da Polícia Civil. Demétrio é investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários e também teria participação na morte do contraventor.

 

O delegado Antônio Ricardo, ex-diretor da Delegacia de Homicídios, também é alvo da operação. Agentes do MP cumpriam mandado de busca e apreensão na residência dele na manhã desta sexta. Antônio Ricardo é candidato a deputado estadual.

 

Allan é candidato pelo Partido Liberal (PL) e recebe apoio do governador Claudio Castro na sua candidatura a deputado federal.

O advogado de Allan Turnoviski, Fernando Drummond, disse que ainda não teve nem acesso ao processo, nem ao pedido de prisão.

A advogada do delegado Antônio Ricardo disse que um celular foi apreendido, além de três outros aparelhos que estavam em sua casa.

 

“Por enquanto, ele está sendo investigado, e vamos apurar os fatos que estão sendo imputados a ele. É muito suspeito, em época de eleição, já que ele está vindo a deputado, aparecer uma busca e apreensão na casa dele, onde nada de ilícito foi encontrado”, diz a advogada Adriana Gláucio.

 

Turnowski foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB) e deixou a pasta durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivado por falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.

Depois, em 2020, ele voltou ao posto – que passou a ser uma secretaria do governo do estado – onde ficou até o início deste ano, quando saiu para se candidatar. Sob sua gestão, a pasta inaugurou uma força-tarefa de combate às milícias, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.

Turnowski também anunciou reformas em 25 delegacias e criou um prédio para o setor de Inteligência da Polícia Civil, no Centro do Rio.

Durante sua gestão, no entanto, Turnowski foi criticado pelas 28 mortes em uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021. O secretário sempre defendeu a ação da Polícia Civil.

Mesmo com uma decisão do STF restringindo operações no Rio durante a pandemia, o número de ações da polícia aumentou entre 2020 e 2021.

 

 

Fonte: G-1

 

 

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