Durante a reunião, a deputada estadual no Rio Grande do Sul, Luciana Genro, que já foi filiada ao PT mas hoje está no PSOL, defendeu o voto em Lula como uma maneira de barrar o que ela classificou como “projeto fascista” de Bolsonaro.
"Nós compomos aqui, na verdade, uma frente antifascista", disse Luciana.
“O projeto representado pelo Bolsonaro, embora não tenha conseguido ser implementado, é um projeto fascista. É um projeto racista, misógino, LGBT-fóbico, um projeto discriminatório e violento”, completou ela.
A deputada gaúcha afirmou ainda que Bolsonaro trata adversários políticos como inimigos e que tem como projeto eliminá-los.
"Nos unimos aqui, em torno de ti, meu prezado Lula, do teu nome, da tua força política, da tua liderança política enquanto uma referência de massas para o povo brasileiro, porque nós temos a convicção de que a tua eleição vai nos possibilitar respirar novamente para poder lutar por uma verdadeira democracia", disse Luciana.
Ex-senador, ex-governador do Distrito Federal e ex-ministro da Educação durante a passagem de Lula na presidência, Cristovam Buarque também deixou o PT mas, nesta segunda, anunciou apoio ao ex-presidente.
"Eu estou aqui, em primeiro lugar, porque o Lula é o melhor que nós temos hoje para presidir o Brasil. De todos os candidatos, isso eu já falo há bastante tempo, é o que tem mais condições de trazer coesão e rumo para o Brasil", disse Buarque.
"Nós precisamos barrar o risco, a tragédia, o assombro da reeleição do atual presidente da República. E Lula, além de ser o melhor dos candidatos, é quem tem mais condições de barrar essa tragédia brasileira", afirmou o ex-senador, que também defendeu a união de forças em torno da candidatura petista para evitar um segundo turno.
"Será uma tragédia termos o segundo turno. Eu não tenho dúvida de que ele [Lula] ganhará no segundo turno, se houver segundo turno. Mas serão quatro semanas imprevisíveis do ponto de vista de violência nas ruas, do ponto de vista de 'fake news' para todos os lados", acrescentou Buarque.
João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, que foi deposto pelo golpe militar de 1964, e que foi candidato à presidência pelo PPL nas eleições de 2018, defendeu a eleição de Lula para evitar o risco de que o Brasil viva sobre uma nova ditadura.
"Todos aqueles que lutaram pela democracia, que tombaram no caminho da restauração democrática, todos aqueles que, de certa forma, estiveram presentes junto às reivindicações do nosso povo brasileiro, estão hoje depositando as esperanças na sua condução e na sua futura Presidência da República", disse Goulart a Lula.
"A luta é difícil, a união se faz necessária. E se faz necessária porque o Brasil está na frente de todos nós, o Brasil está na frente das nossas divergências", completou ele.
Ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer e ex-presidente do Banco Central no governo Lula, Henrique Meirelles destacou números da economia durante o governo do petista e criticou o desempenho econômico do país durante o atual governo.
"O que interessa é emprego, é renda para a população e mostrar quem faz, quem realiza. Essa história de só falatório pode impressionar muita gente mas eu acredito em fatos. Eu olho e vejo o resultado do seu governo e isso nos faz estar aqui. Portanto, vamos em frente, estou aqui com tranquilidade, com confiança, porque eu sei o que funciona e o que pode funcionar no Brasil", disse.
Lula afirmou que o ato desta segunda e o apoio do ex-candidatos simboliza a vontade de recuperar a democracia no país
"É um dia alegre porque essa reunião aqui simboliza a vontade que as pessoas têm de recuperar a democracia no nosso país. E todo mundo sabe que a democracia não é um pacto de silêncio, todo mundo silenciosamente vendo um governo governar. Não, a democracia é justamente o contrário: é a sociedade se movimentando dia e noite na perspectiva de conquistar melhores condições de vida para o povo brasileiro", disse o petista.
"Eu estou feliz porque essa reunião, essa fotografia, ela simboliza a reconstrução do Brasil", completou Lula.
O petista disse ainda que os aliados serão chamados “para um desafio”, que envolve “restabelecer a palavra soberania” no país.
“Eu estou querendo chamar vocês para um desafio que é muito maior que governar”, disse Lula. “Nós vamos restabelecer a palavra soberania na sua plenitude, redefinir o papel de cada um porque as instituições estão desmontadas, muitas vezes até desmoralizadas. Todo mundo sabe a briga que a gente vai ter para discutir esse tal desse orçamento secreto”, completou o ex-presidente, referindo-se à decisão do Congresso que transferiu para deputados e senadores o poder de decidir onde é aplicada boa parte do recursos públicos destinados a investimentos.
Fonte: G-1