Motorista que viralizou com serviço de 'flagras' em motéis interrompe atividade após sofrer ameaças
DIVERSOS
Publicado em 19/09/2022

 

A motorista que viralizou nas redes sociais ao fazer uma publicação oferecendo transportes inusitados, como levar mulheres para dar "flagras" em maridos saindo de motéis em São Vicente, no litoral de São Paulo, disse que parou de prestar o serviço após sofrer ameaças. Apesar disso, ela contou ao g1 que o assunto repercutiu e a fez ganhar a confiança de muitas mulheres, um prêmio e até a ser convidada para dar palestras sobre empoderamento feminino.

Elizandra Regina de Cândido, de 48 anos, disse que os serviços que oferecia para os flagrantes estavam dando muito problema. "Comecei a ficar com medo de andar na rua. Fiquei muito conhecida e recebia muitas ameaças, então resolvi não fazer mais. Não sou detetive", contou Elizandra.

"Não tinha nenhuma segurança para continuar fazendo isso. Comecei a ficar com medo e comecei a abrir outros horizontes", contou.

 

Elizandra comemora a repercussão dos serviços oferecidos e as conquistas que alcançou depois disso. "Tem muita criança que vai para a escola comigo, tem mulher que não saía de casa, por ter síndrome do pânico, e que hoje sai comigo. Meu telefone não para".

 

"Muitas mulheres confiam em mim. Levo oito crianças [individualmente] às escolas. Levo um menino de três anos para a casa da vó dele. As pessoas adquiriram uma confiança grande em mim. Hoje, tenho outra vida por conta disso, trabalho o dia inteiro", disse.

 

Ela afirmou que a confiança é tanta que a mãe de uma adolescente a contratou para levar a filha para a casa de uma amiga que a menina havia conhecido na internet e que mora em Ribeirão Pires, na Grande SP.

"São duas meninas estudantes, introspectivas, tímidas, que não saem de casa, mas se conheceram pela internet e viraram grandes amigas".

"Achei bacana a mãe confiar no meu trabalho. Ela nem conhecia a dona da casa [a mãe da outra menina]. Fui lá [a Ribeirão Pires] e agi como se fosse alguém da família. Entrei na casa com o telefone ligado, fiz videochamada, as mães se conheceram e eu ali do lado", disse.

Elizandra explicou que garantiu à mãe contratante que voltaria com a menina para casa, se o "lugar não for bacana".

 

 

Palestras de empoderamento

 

 

Além de continuar como motorista para mulheres, Elizandra também começou a ser convidada para dar palestras sobre empoderamento feminino. "Encorajei muita mulher."

"Minha vida mudou muito. Sou muito feliz, pago minhas contas, moro com a minha filha e não dependo de homem nenhum. Não dependo de nada", afirmou.

O sucesso foi tanto que a motorista recebeu o Prêmio da Mulher Caiçara. "Isso, para mim, foi uma surpresa, foi sensacional, incrível. Só tinham mulheres sensacionais, as melhores psicólogas, as melhores jornalistas [...]. Não sabia se eu chorava ou se eu ria".

 

 

Fonte: G-1

 

 

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