Em Londres para o funeral da rainha Elizabeth II, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se irritou, nesta segunda-feira, ao ser questionado sobre uso eleitoral da viagem e encerrou a breve entrevista de forma ríspida. Candidatos à Presidência e especialistas em direito eleitoral questionaram a legalidade do ato do presidente ao fazer um discurso político-eleitoral na sacada da residência oficial da embaixada do Brasil no Reino Unido. As campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Soraya Thronicke (União) entraram com ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
— Você acha que vim aqui fazer política? Pelo amor de Deus, faça uma pergunta decente — disse, antes de virar as costas e sair da casa do embaixador do Brasil no Reino Unido para o funeral da rainha.
No domingo, do prédio da embaixada, o presidente repetiu slogans de sua campanha a uma plateia de apoiadores.
— A nossa bandeira sempre será dessas cores que temos aqui: verde e amarela. Jamais aceitaremos o que eles querem impor — declarou ele.
Depois, mencionou as passeatas que fez no interior de Pernambuco para dizer que acha provável uma vitória no primeiro turno:
— A aceitação é simplesmente excepcional. Não tem como a gente não ganhar no primeiro turno.
Nesta segunda-feira, o presidente atacou o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem classificou como "ladrão". E também comentou sobre a denúncia de que ele e seus familiares compraram 51 imóveis com dinheiro vivo.
— Canalhice a questão de imóveis. Pegaram dez parentes meus, que têm a vida própria, imóveis comprados desde 1990. Dinheiro vivo? Onde está escrito isso nas escrituras? Que covardia.
Críticas ao STF
Antes da entrevista, em conversa com apoiadores, Bolsonaro voltou a criticar o Supremo Tribunal Federal (STF).
— Uma cerimônia de despedida, né. Então não tem expectativa. Participar da missa, ficar calado o tempo todo. Quem crer, lembrar que um dia vai chegar o dia dele. Todo mundo vai ter um ponto final aqui, sem exceção — disse sobre o funeral da rainha, para depois completar:
— E o julgamento vai ser pelas suas ações e omissões. Então, todo aquele que trabalhou contra o próximo, ou se omitiu na hora que podia ajudar, segundo as escrituras, vai ter seu veredito. E lá não tem gente, como alguns do Supremo — vão falar que estou criticando o Supremo, né — para 'descondenar' uma pessoa e torná-la elegível — afirmou o presidente.
Fonte: Jornal Extra