Com baixa adesão à vacinação contra a poliomielite, Brasil vive risco de voltar a ter casos da doença, alerta Drauzio Varella
DIVERSOS
Publicado em 26/09/2022

 

A última vez em que conseguimos ultrapassar a meta considerada ideal, de 95%, foi em 2015. No ano passado, esse número caiu para quase 75%.

Ao Fantástico, o doutor Drauzio Varella alerta para os riscos dessa situação e relembra os tempos em que o país vivia uma epidemia da doença, conhecida como paralisia infantil, uma história que mudou completamente com o desenvolvimento da vacina.

Drauzio: Você vê risco da poliomielite voltar ao Brasil?
Renato Kfouri, infectologista: O risco é real, Drauzio. Nós temos aí recomendações e avaliações da Organização Panamericana da Saúde, colocando o Brasil como de alto risco para a reintrodução aqui no continente americano. Os nossos números, que já não vinham bem, pioraram muito na pandemia.

 

As crianças devem tomar cinco doses de vacina. As primeiras três doses como injeções - a primeira aos dois meses; a segunda, aos quatro; e a terceira, aos seis - e duas doses de reforço como gotinhas - uma aos 15 meses e outra aos quatro anos de idade.

O pediatra Carlos Brunini teve poliomielite aos seis meses. Nunca andou sem o auxílio de algum aparelho ortopédico e chegou a ficar dois anos deitado em uma cama, todo engessado.

 

"Fui fazendo tratamento corretivo, fiz 17 cirurgias. Dezessete, entre cirurgias e complicações de cirurgia. Hoje, a gente sai na rua e não vê uma criança de muleta, de cadeira de rodas, né? Então, parece que já não existe isso, que é coisa de antigamente. Não. A poliomielite está aí, e pode voltar", alerta.

 

O vírus da pólio foi encontrado recentemente nos esgotos de Londres e Nova York. Em julho, os Estados Unidos registraram o primeiro caso da doença depois de uma década; 33 países vivem surtos de pólio na África e na Europa.

 

"A poliomielite precisa ser erradicada no mundo. Basta um caso para todo mundo estar correndo risco", destaca Carlos.
Fonte: G-1
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