Essa perspectiva é baseada em datas comemorativas anteriores, como Páscoa e Dia dos Namorados. “A expectativa nossa é muito positiva. A gente está vendo essa crescente nas vendas aqui em Belo Horizonte durante o ano”, afirma o presidente da CDL-BH, Marcelo de Souza e Silva.
Segundo ele, os comerciantes estão percebendo uma mudança de perfil dos clientes, que estão procurando fazer compras mais perto de casa. Isso estaria fazendo os comércio local investir em melhorias, tanto no atendimento quanto na estrutura.
“Agora, o lojista regional precisa investir em atendimento e mobilidade, para fidelizar aquele cliente que antes não comprava no entorno da moradia”, explica.
Indústria
Se a expectativa de desempenho do comércio se confirmar, para o setor industrial também será bom. É o que acredita a Gerência de Economia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
“As expectativas para as datas comemorativas deste ano são de desempenho heterogêneo entre as atividades econômicas e industriais. As medidas de estímulo à renda, a redução das alíquotas de impostos e a queda da taxa de desemprego podem favorecer um maior volume de compradores nos centros comerciais”.
A federação aponta ainda que a vacinação contra a Covid-19 vai permitir uma movimentação de turismo e de viagens. “Em contrapartida, as taxas de juros em patamar elevado, o maior nível de endividamento das famílias e a inflação de bens ainda alta indicam que os consumidores devem reduzir o valor e a quantidade dos itens adquiridos nessas datas”.
É o caso do corretor de seguros Felipe Vieira, de 34 anos. Ele tem o intuito de entrar em 2023 com menos dívidas, por isso pretende gastar pouco nestes próximos meses. Diante dos preços elevados, Felipe pretende não esquecer do planejamento para realizar o sonho da casa própria. “O planejamento é não gastar nada além do normal. Eu junto dinheiro pra quitar meu financiamento. É um esforço necessário. É um projeto de vida mesmo”, conta.
Bares e restaurantes
Historicamente pouco impactados pelas datas do último trimestre do ano, os bares e restaurantes têm um motivo forte para estarem otimistas: foram presenteados com um evento que promete aumentar o rendimento do setor. A Copa do Mundo desta vez acontecerá em novembro, por causa do clima desértico que, no meio do ano, atinge o Catar, país sede desta edição.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG) afirma que o setor deve aumentar em 30% o quadro de funcionários para dar conta da demanda que a principal competição de futebol do mundo deve proporcionar.
“São interessantes para bares e restaurantes as duas últimas semanas do pré-Natal. E está vindo a Copa do Mundo, em cima das comemorações festivas de final de ano. Expectativas das melhores possíveis”, diz o conselheiro consultivo da Abrasel-MG, Ricardo Rodrigues.
Carnes
Abastecendo o setor alimentício, o agronegócio já espera um crescimento natural na produção de carnes para o fim de ano, principalmente suína e aves. Mas essa preparação para o aumento em 2022 começa um pouco mais cedo, também por causa da Copa do Mundo. É o que afirma o gerente de agronegócios do Sistema Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Caio Coimbra.
“A Copa é um evento grande, que dura um pouco mais. O churrasco feito em casa pode gerar demanda de carnes. Normalmente tem um aumento de consumo de bebidas alcoólicas, ou seja, mais produção de cevada e outros produtos do agronegócio para fazer a cerveja e destilados”, analisa.
E-commerce
Outro setor que espera crescimento neste fim de ano é o de e-commerce, principalmente com a coincidência inédita de datas da Black Friday com a Copa do Mundo. Apesar da alta inflação, as empresas de varejo e e-commerce de todos os segmentos estão com a expectativa nas alturas.
Só no primeiro semestre deste ano, o e-commerce representou R$ 118,6 bilhões de vendas, de acordo com a 46ª edição do Webshoppers da Nielsen/Ebit. A previsão da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico é a de que, neste segundo semestre, o e-commerce alcance um volume de vendas de R$ 91,5 bilhões. Lembrando que as vendas em marketplaces representam quase 80% do comércio digital.
“Com o aumento das vendas neste período, o lojista tem que preparar seu estoque para não vender sem ter mercadorias e causar frustrações a seus clientes, negociar com fornecedores e preparar sua equipe”, diz Claudio Dias, CEO da Magis5, plataforma de automação e gestão em marketplaces.
Fonte: Hoje em Dia