A vacinação contra alguns tipos de meningite está muito abaixo da meta estipulada pelo ministério da saúde. Um risco, principalmente, para as crianças.
- Em dois anos, Covid mata 3 vezes mais crianças do que outras 14 doenças mataram em 10 anos, aponta Fiocruz
- Brasil não atinge metas da vacinação infantil e tem taxas abaixo da média mundial; entenda em 6 gráficos
-
Em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, um bebê de três meses morreu de meningite bacteriana, a forma mais grave da doença, depois de ficar seis dias internado no hospital.
“Começou com um quadro respiratório e a mãe levou para consultar. Foi atendido, mas ele evoluiu muito mal. A criança tinha o cartão vacinal em dia. Só que ela tinha tomado a primeira dose, que é com dois meses, e depois seria com 4 meses, então não tinha nada atrasado. Só que uma dose não imuniza”, explica a médica Fátima Guedes.
A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que protegem o cérebro e a medula espinhal. É causada, principalmente, por vírus e bactérias. Entre os sintomas estão dor de cabeça, rigidez do pescoço, febre alta e mal-estar.
O SUS disponibiliza cinco vacinas contra a meningite. Duas delas são específicas contra os agentes causadores da doença.
A vacina meningocócica C deve ser aplicada em bebês aos três meses, cinco meses e com reforço aos 12 meses. E a meningocócica ACWY, de dose única, para adolescentes entre 11 e 14 anos.
O problema é que a cobertura vacinal contra a meningite está muito baixa, segundo o Ministério da Saúde. Todas bem longe da meta de 95% do público-alvo recomendada pelo Programa Nacional de Imunizações. Cenário que preocupa os especialistas.
“A meningite é uma doença muito grave, altamente contagiosa. A transmissão se dá por via respiratória, pelas gotículas. Então, as medidas de higiene básica são importantes. Mas, com certeza, vacinação é a melhor forma de prevenção”, diz a pesquisadora e professora do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública Fernanda Penido.
O motorista Daniel Felipe levou o filho Theo para tomar a primeira dose da vacina contra a meningite C. O pai fica mais tranquilo ao ver a carteirinha de vacinação do filho preenchida.
“Tanto eu quanto a mãe dele procura, desde o nascimento dar todas as vacinas, procurar manter em dia para proteção dele e da gente também”, afirma ele.