O presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), criticou nesta quarta-feira (19) o tratamento dado pelo Poder Judiciário a veículos da imprensa de direita e reclamou que há censura do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a meios de comunicação que manifestam apoio a ele.
"Há potencialização da censura, no meu entender, por causa das eleições. O que transparece para a gente, não posso afirmar, é que por parte de alguns do Judiciário há um interesse por um candidato. Tanto é que censura, desmonetização e derrubada de página só existe do nosso lado. Do lado de lá tem barbaridades acontecendo e ninguém toma providência”, disse Bolsonaro em entrevista a um portal de notícias.
O presidente comentou que as ações do Judiciário contra canais que o apoiam o enfraquecem. "Quando você ataca do meu lado, como no caso dos empresários, quando faz busca e apreensão na casa desses empresários, você desestimula as pessoas que estão me apoiando a continuar me apoiando. Entendo que, após as eleições, a gente não sabe o que vai acontecer, isso tudo deve ter um fim."
Bolsonaro também fez menção a recentes decisões do TSE contra a Jovem Pan. As ordens judiciais proibiram jornalistas e comentaristas do grupo de comunicação de se manifestar livremente sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência.
"Você vê agora a Jovem Pan sofrendo, no meu entender, essas perseguições. [Com isso] você vai despertando pessoas importantes, órgãos de imprensa importantes, e vai acabar mostrando para ele: 'Olha, o próximo pode ser você. Por enquanto está sendo com os outros, o próximo pode ser você'. E a questão da liberdade de imprensa ou você tem ou não tem", opinou.
Críticas a Alexandre de Moraes
Durante a entrevista, Bolsonaro fez críticas ao presidente do TSE e ministro do STF, Alexandre de Moraes, por decisões que, de acordo com o chefe do Executivo federal, foram contra a liberdade de expressão.
Bolsonaro defendeu que o Supremo imponha limites a Moraes e disse que todos precisam respeitar o artigo 220 da Constituição, que diz que "a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição".
"Alexandre de Moraes tem a posição própria dele. Entendo que a maioria, pensando de acordo com esse dispositivo constitucional, pode chegar no Alexandre de Moraes e botar algum certo limite. Qualquer ministro que tome decisões que extrapolem, todo o Supremo paga a conta", afirmou o presidente.
"Ele é muito independente. Ele julga as coisas de acordo com a sua conveniência. Até mesmo a questão de censura, que está muito ligada a ele por ser presidente do TSE, não sou de acordo com essas desmonetizações, derrubada de páginas, entre outras medidas. Por quê?", acrescentou.
Fonte: R7