O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou a Futura Inteligência, empresa responsável pela pesquisa Modalmais/Futura, em R$ 80 mil por um levantamento divulgado em agosto de 2022. A decisão foi da ministra Maria Claudia Bucchianeri, que apontou “descompromisso com a legislação eleitoral ” e com a “integridade dos resultados” na pesquisa.
A pesquisa, realizada entre 16 a 19 de agosto, foi registrada no TSE como sendo sobre Minas Gerais, mas tinha perguntas sobre o Rio de Janeiro e no final das contas foi apresentada aos eleitores como sendo sobre São Paulo. A pesquisa seria sobre os cargos de governador e senador, mas continha perguntas sobre a disputa para a Presidência da República.
– Consta no cabeçalho do formulário que se trata de “uma pesquisa sobre assuntos políticos de São Paulo”, muito embora as perguntas constantes se refiram ao estado do Rio Janeiro, enquanto o registro da pesquisa se deu para coleta de dados no estado de Minas Gerais. Múltiplas irregularidades! – assinalou a ministra.
– Um descompromisso não apenas com a legislação eleitoral, mas, também, com a própria integridade dos resultados finais obtidos, em comportamento que, ao fim e ao cabo, culmina por comprometer a confiança na integralidade dos institutos de pesquisa – prosseguiu.
Por meio de nota, a Futura Consultoria esclareceu que o erro ocorreu no momento de cadastrar o arquivo no TSE, sendo um “erro humano e operacional”.
– Trata-se de um erro humano, operacional e medidas para reforço dos controles internos foram realizados, com os devidos procedimentos para que isso não ocorra novamente, em compromisso com nossa atuação e papel social – diz trecho da nota enviada ao portal UOL.
Ao definir a multa de R$ 80 mil, a ministra listou as seguintes irregularidades:
O fato de a pesquisa ter sido registrada como sendo sobre Minas, mas o questionário ter perguntas a respeito do Rio de Janeiro;
– O cabeçalho dizer que o levantamento era sobre “assuntos políticos de São Paulo”;
– Perguntas sobre a disputa à Presidência da República, embora o levantamento tenha sido registrado para tratar apenas da corrida ao Senado e ao governo de MG;
– Questionário apresentado ao TSE foi diferente do apresentado aos eleitores.
Veja a nota da Futura na íntegra:
Esclarecemos que os apontamentos realizados não tiveram qualquer influência na metodologia do levantamento, atestando que as inconsistências não afetaram o resultado, nem a fidedignidade da sondagem, tratando-se de uma questão exclusivamente operacional em relação à forma como o material foi cadastrado no portal do TSE. Assim como, os áudios das entrevistas foram disponibilizados ao TSE.
Estamos sempre à disposição dos questionamentos dos órgãos regulatórios e os trâmites processuais estão em andamento, assim como, a decisão do TSE determinou a suspensão da divulgação da pesquisa e, assim, logo fizemos. Como também iniciamos ações de cooperação e boa-fé junto a comunicação dos veículos os quais fizeram a divulgação da pesquisa.
A Futura atua há 30 anos no mercado e nunca cometeu falha semelhante anteriormente, portanto, é um fato ocorrido de maneira isolada. A nossa trajetória é pautada por metodologia técnica e lisura. Prova disso foram os resultados do primeiro turno das eleições, em todo Brasil, fomos o instituto que ficou mais próximo da diferença de votos entre os dois principais candidatos à presidência no primeiro turno. Em São Paulo, estado em que realizamos a pesquisa próximo do primeiro turno, praticamente cravamos o resultado para governo e senado e novamente apresentamos a diferença mais próxima entre os dois principais candidatos quando comparado aos resultados das urnas. Além disso, no primeiro turno, fizemos pesquisas em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, em todos esses estados acertamos os dois primeiros colocados tanto para a disputa do governo estadual quanto para o senado.
Diante disso e com o apoio do nosso cliente que sempre confiou na Futura, temos a convicção que a credibilidade da empresa é ainda maior após esse processo eleitoral.
Fonte: Pleno News