Varejistas apostam na Copa do Mundo para movimentar vendas
31/10/2022 05:09 em DIVERSOS

 

Faltam quase 20 dias para o início da Copa do Mundo, que neste ano vai de 20 de novembro a 18 de dezembro, e o entusiasmo dos torcedores tem animado o comércio varejista em todo o país. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC) espera que o evento cause um impacto positivo de R$ 141 milhões no varejo de Minas Gerais, o que representa um aumento de 12,96% em relação ao campeonato de 2018.

Tradicionalmente, um produto em particular ganha destaque nesta época do ano. Ao passar pela Avenida Rio Branco, próximo ao Parque Halfeld, e caminhar pelo Calçadão, é possível ver televisores dos mais variados tamanhos expostos na frente de grandes lojas de varejo do município. De acordo com a CNC, a estimativa é de que o setor de móveis e eletrodomésticos, no qual se classificam as vendas de televisores, é o que mais deve faturar com a Copa do Mundo, atingindo um aumento de 34% das vendas.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG) divulgou, no mês de outubro, a pesquisa “Opinião do comércio varejista – Copa do Mundo 2022”, que mostrou que cerca de 43% das empresas do comércio estadual acreditam que serão impactadas pelo mundial de 2022. Em Juiz de Fora, não é diferente. Várias lojas já oferecem promoções e outros benefícios para o consumidor.

A gerente do Magazine Luiza na unidade da Avenida Rio Branco, Elaine Matos, afirmou à reportagem que a procura cresceu 35% apenas nos dois últimos meses. O produto mais almejado é a televisão com tela grande. “O cliente chega na loja com uma TV de 32 polegadas e troca por uma de 60 ou 70 polegadas. E começou também a procura de TVs de 85 polegadas, que antes não existia.”

O Magazine Luiza é um dos patrocinadores da Copa, e uma das promoções para fisgar o cliente é a “Smart Troca”, que permite que o consumidor troque seu aparelho usado – pode ser televisão ou celular – por desconto no aparelho televisivo novo. A televisão pode ser qualquer uma, menos o aparelho de tubo. No caso do celular, o aparelho pode estar até quebrado, mas precisa estar funcionando. Segundo a gerente, o bônus pode chegar até o valor de R$ 1.500, de acordo com o tamanho da tela da TV.

30 vezes sem juros

A Casas Bahia também está apostando na data para movimentar as vendas. A loja investiu em promoções de combo com televisões de tela grande e apostou na comercialização em até 30 vezes sem juros no cartão da loja. Segundo o gerente da unidade da Rua Halfeld, Michel Godoi, essa opção de pagamento facilita o cliente efetuar a compra devido à redução do preço das parcelas. “A procura está sendo maior pelos produtos de tela grande porque os preços estão bem abaixo do normal. Além disso, o serviço de pronta-entrega é um benefício a mais para o consumidor.”

A loja registrou um crescimento de 25% nas vendas, comparado com o mesmo período do ano passado, e a expectativa é de que essa porcentagem aumente em novembro de dezembro com a proximidade de outras duas datas importantes para o mercado: a Black Friday e o Natal. “Muitas pessoas acabam deixando para comprar na Black Friday, mas já estamos adiantando as ofertas até mesmo para não ter aquele tumulto no dia”, informa Michel.

Baixo poder de compra pode afetar vendas

Os varejistas locais acreditam que o fato de a Copa do Mundo acontecer pela primeira vez entre novembro e dezembro, em vez de junho e julho, como tradicionalmente ocorre, pode impactar de forma positiva nas vendas, já que está próximo da Black Friday e do Natal. No entanto, para o economista e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Wilson Rotatori, não necessariamente a proximidade das datas vai causar uma interferência, seja positiva ou negativa, já que a finalidade de cada uma é distinta. “Na realidade, a Black Friday tende a causar um impacto sobre as vendas de Natal, já que as pessoas acabam adiantando as compras de fim de ano para novembro, dadas as promoções que eventualmente ocorrem no comércio varejista.”

Além disso, com a alta da inflação, o custo de vida subiu e as famílias ficaram com um orçamento mais apertado, o que deve afetar as vendas. Apesar de ser um quadro melhor do que o visto durante a pandemia de Covid-19, o economista explica que o atual cenário econômico ainda não é tão favorável para um maior poder de compra da população. De acordo com o Wilson, embora esteja acontecendo uma redução da taxa de desemprego no Brasil, que gera renda para a população, muitas pessoas que retornaram à atividade produtiva não conseguiram o salário que ganhavam antes da pandemia. Isso aconteceu inclusive em empregos formais. Além disso, a maioria das pessoas que já estavam empregadas não receberam um aumento significativo do salário.

Fonte: Tribuna de Minas

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