A Polícia Rodoviária Federal (PRF) negocia a liberação de rodovias em pontos de bloqueio em pelo menos 11 estados e no Distrito Federal. Desde a noite de domingo (30), com o anúncio do resultado final das eleições, caminhoneiros que apoiam Jair Bolsonaro (PL) realizam protesto em todo o país contra o resultado das urnas.
Mais de 70 pontos de bloqueio foram contabilizados pela PRF, no entanto, até a última atualização, às 12h30 desta segunda (31), restavam 47 pontos de obstrução. Segundo a corporação, policiais atuam em todos os locais de manifestação a fim de "garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras".
Além das tentativas de negociação, a PRF acionou a Advocacia Geral da União (AGU). O objetivo é obter, na Justiça Federal, mandados proibindo a interdição e, assim, conseguir a liberação das vias.
Foram registradas paralisações no Rio Grande no Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Goiás e no Distrito Federal.
Divergência
Os bloqueios não são compactuados por toda a categoria. Marconi França, líder dos caminhoneiros autônomos, classifica as interdições como "tumulto" e "vandalismo". "Não vai ser meia-dúzia de baderneiros que vai tentar fazer uma paralisação usando o nome dos caminhoneiros. Não é um ato de reivindicação da nossa categoria."
Presidente da Abrava Wallace Landim, conhecido com Chorão, tem posição semelhante à de França. Ao reconhecer a eleição de Lula, ele defende a necessidade de promover um alinhamento entre a categoria e o próximo governo.
"Vamos lutar pelo nosso segmento dos transportes. Há muitas coisas que precisamos tirar do papel. [...] Parar o país neste momento vai trazer um prejuízo muito grande para a nossa economia", avalia Chorão.
Fonte: R7