Rebeca Andrade é ouro no individual geral no Mundial de ginástica
DIVERSOS
Publicado em 04/11/2022

 

Somando 56,899 pontos, Rebeca foi absoluta na final desta quinta. Ao fim de nenhuma rotação saiu da primeira posição, nem mesmo quando teve uma pequena falha nas barras assimétricas. O talento da brasileira é tão grande que ela conseguiu reverter qualquer mínimo deslize para somar 56,899 pontos nos quatro aparelhos. Teve exatamente um ponto e meio de vantagem para a americana Shilese Jones, que ficou com a prata - a diferença maior do que uma queda. A britânica Jéssica Gadirova ficou com o bronze (55,199).

A noto do solo do Baile de Favela nem tinha saído ainda e os poucos brasileiros presentes em Liverpool gritavam: "É campeã!". Uma vitória histórica. A prova do individual geral é tradicionalmente dominada pelas três potências da modalidade: Estados Unidos, Rússia e Romênia. Rebeca quebrou a hegemonia e fez o Brasil ser apenas o oitavo país com um título de ginasta mais completa de um Mundial. Jade Barbosa já havia sido bronze, mas o topo do pódio é uma novidade para o Brasil.

- Foi o trabalho todo da minha equipe multidisciplinar, das meninas. Trabalhamos muito duro. Estou orgulhosa de mim. Sei o quanto trabalho para chegar aqui. Estou muito feliz. Eu não gosto de pensar no que as pessoas estão fazendo, e sim no que tenho que fazer. Na hora da série não preciso inventar nada novo, é algo que treinei, boto minha concentração nisso, respiro fundo e faço a ginástica que eu sei - disse Rebeca.

 

Dona de duas medalhas nas Olimpíadas de Tóquio, Rebeca aumentou para três a coleção de medalhas em Mundiais - foi campeã do salto e prata das barras assimétricas no ano passado. Ela se tornou a primeira brasileira com três medalhas em Mundiais. Também se tornou a primeira ginasta do Brasil campeã de duas provas diferentes em Mundiais.

E Rebeca ainda vai voltar à arena de Liverpool para buscar mais três pódios no fim de semana, nas barras, na trave e no solo. Flávia Saraiva está fazendo tratamento intensivo no tornozelo direito para conseguir estar ao lado de Rebeca na final do solo, no domingo. Flavinha estava classificada para a decisão do individual geral desta quinta, mas foi poupada para focar na recuperação do pé, lesionado na classificatória de domingo.

 

Prova a prova

 

 

Salto


Rebeca começou a final justamente no aparelho em que é a atual campeã olímpica e mundial e voou. Impressionou a altura do Cheng da brasileira, salto de maior dificuldade apresentado em Liverpool. Ela praticamente cravou e tirou 15,166 pontos, maior nota feminina do Mundial até aqui. Só a americana Jade Carey também apresentou um Cheng e conseguiu 14,733 para se colocar na segunda posição logo atrás de Rebeca.

 

Barras


Atual vice-campeã mundial das barras assimétricas, Rebeca teve uma falha em uma parada de mãos, mas se recuperou bem na série e conseguiu 13,800 pontos no seu aparelho favorito. Foi seis décimos abaixo do que fez na classificatória, mas manteve a vantagem de cerca de quatro décimos para a segunda colocada, que passou a ser a americana Shilese Jones.

 

Trave


Rebeca foi a primeira a se apresentar na trave na terceira rotação. No aparelho que é seu menos forte - fraco não é - Rebeca foi mais precisa nas acrobacias do que na classificatória e passou bem, conseguindo 13,533 pontos, um décimo melhor do que fez no primeiro dia do Mundial. A nota fez Rebeca abrir oito décimos de vantagem para a segunda colocada, a americana Shilese Jones.

 

Solo


Coube ao Baile de Favela fechar a final. E Rebeca brilhou mais uma vez. Foi precisa nas acrobacias e conseguiu pontos 14,400 pontos, um notaço. Antes mesmo de a nota sair, a pequena torcida brasileira já cantava na arena de Liverpool: "É campeã". O título inédito não foi ameaçado. Rebeca é campeã mundial do individual geral.

 

Fonte: G-1

 

 

Comentários
Comentário enviado com sucesso!