Aposentada investigada por racismo contra o humorista Eddy Jr. retorna ao prédio; condomínio decide sobre multa e expulsão em assembleia
DIVERSOS
Publicado em 06/11/2022

 

A aposentada flagrada em xingamentos racistas contra o humorista Eddy Junior e o filho retornaram ao prédio, em São Paulo, nesta sexta-feira (4). O caso é investigado pela Polícia Civil, que pediu e a Justiça decidiu que Elisabeth Morrone não se aproxime do rapaz ou fique no mesmo local que ele com possibilidade de prisão preventiva, se descumprir a medida protetiva.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais, contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), ouviu até o momento 13 testemunhas. O inquérito está em andamento.

 

O condomínio está monitorando a situação e não havia registrado nenhuma nova confusão envolvendo Elisabeth Morrone ou o filho até a tarde deste sábado (5).

O advogado do condomínio, Diego Basse, informou que uma assembleia entre os moradores foi convocada para o dia 31 de outubro e decidiu pela ratificação da multa já aplicada pelo condomínio a base de 10 cotas condominiais em razão do comportamento antissocial da moradora, uma penalidade prevista tanto no Código Civil quanto na convenção do condomínio.

Também foi aprovada pelos moradores presentes a possibilidade de medida judicial para o possível afastamento de Elisabeth e o filho do prédio. No entanto, o condomínio precisa ter 276 votos para que seja aplicada a multa e a medida de expulsão.

Para isso, a assembleia está em sessão permanente por 30 dias para que se atinja o quórum legal. Caso haja o número de votos necessários, o condomínio deverá entrar na Justiça para iniciar o processo de expulsão, que pode demorar anos ou haver uma liminar de afastamento provisório.

O juiz havia decidido que Elisabeth está proibida de frequentar o mesmo ambiente que Eddy Junior, especialmente nas áreas comuns do Condomínio United Home & Work, e mantenha distância de ao menos 300 metros do influencer.

 

Ao g1, a defesa da investigada disse que irá se manifestar "apenas nos autos da ação judicial".

 

Nova vítima

Outra moradora do condomínio do influenciador digital Eddy Júnior afirmou ter sofrido ataques racistas da mesma vizinha que o insultou. A advogada Nayara Cruz contou que ela e o filho foram discriminados pela aposentada. Ela também foi ouvida na delegacia.

 

“Ela me abordou, me questionando por que eu estava na academia, porque o uso da academia era restrito a moradores. Eu falei que era moradora, e ela me questionou quanto eu paguei pelo meu apartamento. Teve um outro episódio que ela foi agressiva com o meu filho, que estava no hall brincando com outras crianças. Ela chamou o meu filho de vagabundo e disse que ele não poderia ficar no hall do prédio”, relatou a vítima.

Anteriormente, a defesa de Elisabeth Morrone afirmou que desconhece o caso de Nayara Cruz e que por isso não vai se pronunciar.

 

Protesto

 

 

No dia 20, manifestantes protestaram em frente ao prédio contra a moradora acusada dos xingamentos racistas.

O protesto reuniu artistas como Paulo Vieira, Astrid Fontenelle, ativistas, representantes da Uniafro e de várias entidades de luta contra o racismo em frente ao condomínio onde mora o músico Eddy Júnior.

 

 

O caso

 

 

Na madrugada de 18 de outubro, Eddy Júnior gravou um vídeo sendo xingado pela vizinha. Ele publicou o vídeo em redes sociais, contou que desde abril sofre perseguições da mesma vizinha.

 

“Cai fora, macaco! Fora, imundo. Tu é sujo, imundo”, disse a agressora.

No mês passado, vídeos do prédio mostram o filho da aposentada – que segundo a família tem deficiência intelectual leve – indo à porta do músico com uma faca. Em outro dia, mãe e filho ameaçam o músico, que disse que não estava em casa. Os vizinhos gravaram o áudio das ameaças: “Vou te matar”, afirmou o agressor.

 

Investigação

 

 

No dia 20 de outubro, o advogado de Elisabeth Morrone enviou uma nota pelo celular. Disse que a cliente é inocente.

Segundo o advogado, as desavenças com o músico jamais tiveram relação com racismo ou qualquer preconceito.

 

A defesa da aposentada diz que Eddy costumava fazer barulhos e que já foi multado diversas vezes e que na terça-feira (18), Elisabeth, que é idosa e tem um filho especial, estava de roupão porque era de madrugada e ela foi acordada. Segundo a nota, ela reagiu às provocações do músico e que o vídeo publicado em redes sociais foi editado.

 

 

Fonte: G-1

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