Após bloquear R$ 344 milhões do orçamento das universidades públicas na última segunda-feira (28), o governo federal recuou e disse que vai liberar os recursos. A informação foi confirmada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), instituição que representa os dirigentes públicos do Brasil.
Segundo nota da Andifes, a devolução dos recursos bloqueados está prevista para a tarde desta quinta-feira (1º). A entidade reclama, no entanto, que este não foi o único bloqueio realizado pela União nos orçamentos das universidades e ainda aguarda a liberação de outros R$ 438 milhões bloqueados em junho deste ano.
“A Andifes considera como fundamental a reversão dos bloqueios pelo governo federal e segue atenta aos riscos de novos cortes; a associação manterá o diálogo com todos os atores necessários, no Congresso Nacional, governo, sociedade civil e com a equipe de transição do governo eleito”, disse em nota.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma das atingidas pelos cortes anunciados no início da semana, informou no início da tarde desta quinta-feira que aguarda liberação das verbas de orçamento ainda hoje.
De acordo com a instituição, o recurso será utilizado para pagar despesas básicas como água, luz e serviços de segurança.
Só na UFMG o impacto previsto no corte de orçamentos ficaria entre R$ 7,6 milhões e R$ 10 milhões. Na segunda-feira, após anúncio dos cortes de orçamento, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, expressou inconformismo com os sucessivos contingenciamentos.
“As universidades são extremamente relevantes, cumpriram papel fundamental no combate à pandemia e não conseguem dispor de um orçamento minimamente compatível com os serviços que prestam para a sociedade. É um cenário extremamente preocupante, que põe em risco o futuro dessas instituições, que são patrimônio do país”, argumenta.
A instituição fez coro à nota divulgada pela Andifes e reforçou a necessidade de liberação outros recursos bloqueados durante o ano.
O Hoje em Dia entrou em contato com o Ministério da Educação questionando a razão para o recuo, mas não houve retorno até a publicação dessa reportatem.
Fonte: Hoje em Dia