O presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro das Comunicações, o deputado Fábio Faria (PP-RN). De acordo com a publicação no Diário Oficial da União desta quarta-feira, o parlamentar pediu demissão. O presidente não nomeou um substituto.
Fábio Faria assumiu a pasta em junho de 2020, quando era filiado ao PSD. Em março deste ano, o ministro migrou para o PP, sigla do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). A saída ocorreu após o presidente do PSD, Gilberto Kassab, declarar que a legenda não apoiaria a reeleição de Bolsonaro.
Licenciado do Congresso desde 2020, o ex-ministro bolsonarista não concorreu as eleições deste ano. Ele chegou a cogitar disputar a vaga ao Senado pelo seu estado, no entanto desistiu da disputa pela candidatura de Rogério Marinho (PL), então ministro do Desenvolvimento Regional. Marinho foi eleito.
Inserções de rádio
Faria foi um dos coordenadores da campanha do presidente à reeleição, e se envolveu em um dos casos mais emblemáticos da disputa. Na reta final do segundo turno, o ministro convocou uma entrevista coletiva em frente ao Palácio da Alvorada pelas redes sociais para tratar o que chamou de "fato grave". Na ocasião, ele afirmou que teve uma reunião "informal" com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e apresentou junto aos advogados da campanha um pedido a Corte em que alegavam, sem provas, que algumas rádios, especialmente do Nordeste, teriam priorizado inserções de Lula em detrimento às de Bolsonaro. No pedido, também solicitavam que as inserções do petista fossem suspensas em todas as rádios do país.
Moraes, contudo, rejeitou a ação por ausências de provas e inconsistências feitas no levantamento apresentado pela campanha de Bolsonaro. Determinou, ainda, apuração sobre possível "cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana".
Dias após a crise, Faria disse estar arrependido de ter levantado suspeitas sobre falhas nas inserções em emissoras de rádio. Ele declarou que seu objetivo, ao convocar a coletiva, era tentar um acordo com o TSE para compensar eventuais prejuízos na propaganda do presidente.
Fonte: Jornal Extra