Sistema de análise controla evolução do Censo até os níveis municipal e de postos de coleta
DIVERSOS
Publicado em 18/01/2023

 

O Sistema de Plano de Análise do Censo (SISPAC), desenvolvido por técnicos do IBGE, tem sido uma ferramenta fundamental para o acompanhamento da coleta do Censo Demográfico 2022. Com ela, o monitoramento é realizado por meio de quadros indicadores, nos quais é possível acompanhar principalmente o status da coleta em nível municipal e até de posto de coleta. Na última sexta-feira (13), um seminário interno no IBGE detalhou as funcionalidades da plataforma para controle da operação.

A apresentação teve como objetivo mostrar o SISPAC como apoio da operação censitária. Foram demonstradas a sua forma de acesso, a arquitetura da aplicação (com todas as bases de dados que utiliza), e como essas informações são usadas no controle do Censo em todo o território nacional, além de destacar as suas facilidades e vantagens para garantir a qualidade da operação.

O sistema é também uma das ferramentas que subsidia a Coordenação Técnica do Censo Demográfico na realização do protocolo de encerramento da operação dos municípios em todo o território brasileiro, em conjunto com outras ferramentas, como o Sistema Integrado de Gerenciamento e Controle (SIGC), a Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e o Dashboard do Censo.

O gerente de Apoio Computacional, Raphael Soares, explicou que o SISPAC é uma ferramenta de acesso limitado a usuários cadastrados, e essencial para um maior acompanhamento da coleta pelo corpo técnico do Censo, servindo como insumo na tomada de decisões por supervisores, agentes censitários e servidores envolvidos na operação censitária. As informações são organizadas por cinco temas – coleta, duração da coleta, pagamento, supervisão e produtividade – que têm permitido acompanhar a evolução da operação. O sistema permite controle da operação por nível estadual, municipal e até posto de coleta, além de ser possível controlar a operação pela data. 

Entre tantas vantagens, o SISPAC tem recursos de exportação de dados para outras aplicações, como SAS, Excel e PDF, permitindo aos seus usuários maior flexibilidade na construção das análises. Na maior parte das telas há ainda opção para geração de cartogramas. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, é possível ver a quantidade de setores censitários que já tiveram a coleta das informações encerrada identificando se os recenseadores já receberam pelo trabalho daquele setor ou não. Para um melhor controle da supervisão do Censo, o SISPAC oferece alguns quadros específicos com mapas de calor dos setores censitário e a quantidade de domicílios cujos recenseadores já retornaram uma, duas ou três vezes na tentativa de realizar a coleta das informações. 

É possível ver ainda a qualificação das entrevistas com tabelas de quantitativo de domicílios particulares ocupados com entrevista presencial; pela internet ou telefone. São informações por números absolutos ou percentual.

Outras informações disponíveis são as entrevistas não realizadas por ausência de morador e por recusa em atender ao recenseador, assim como os domicílios onde o morador recebeu o e-ticket para responder pela internet, mas ainda não o fez.

Um quadro importante do SISPAC que está servindo de parâmetro, especialmente nesse momento da coleta do Censo, é o que mostra os municípios e seu status de fechamento. Só entram no quadro os que já estão com a coleta praticamente encerrada. O quadro traz um conjunto de informações essenciais para o fechamento do município desde a população em 2010, a população estimada em 2021, qual a população recenseada em 2022, a média por morador e o total de domicílios constante no cadastro da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.
 
“O SISPAC é uma ferramenta usada para consultar dados consolidados diariamente durante a coleta do Censo. O sistema permite que se elaborem tabelas, relatórios e cartogramas em cima dos dados da coleta a qualquer momento”, explica o gerente de Apoio Computacional.

O objetivo é ajudar na gestão dos recursos e avaliar a coleta para um conjunto de municípios (subárea), em cada um dos 5.570 municípios ou para posto de coleta de forma que o gestor daquela operação possa ter uma visão em tempo real se a coleta está atrasada ou evoluindo de forma mais rápida. “Essa avaliação pode ser feita de forma temporal e há autonomia para consultas. Os públicos-alvo são o Conselho Diretor, a Coordenação Nacional do Censo, as coordenações da diretoria de Pesquisas que auxiliam nas análises e operação do Censo, e coordenadores técnicos e operacionais em todo o país; posteriormente também abrimos o acesso aos coordenadores de área e supervisores”, acrescenta Soares.

Ele ressalta que um dos principais desafios de uma operação censitária é acompanhar a coleta, onde colocar o foco e identificar o que é necessário acompanhar. “O grande diferencial do SISPAC é que ele não apenas faz o acompanhamento do último retrato da coleta, mas também mantém essas informações guardadas ao longo do tempo. Assim, consigo ver como estava a coleta a um, dois meses atrás e poder comparar como a coleta está evoluindo”, explica.

“A ideia é que a informação fique disponível daqui para frente. Daqui a dez anos, quando formos fazer o Censo 2030, será possível saber como a coleta do Censo 2022 se comportou. Além disso consigo ter a informação consolidada tanto por Unidade da Federação quanto por município e até posto de coleta”, destaca Soares.

Ele explica que o SISPAC teve diversas inspirações e passou por alterações após testes e interações com técnicos, que ajudaram na metodologia e na identificação das lacunas para o acompanhamento da coleta do Censo. Houve ainda demandas das superintendências estaduais, e identificação e automatização de procedimentos e tarefas mais frequentes, além de aproveitamento de ideias de censos anteriores.

Arquitetura de consolidação e visualização

O SISPAC tem uma arquitetura em camadas e dois módulos. Toda informação coletada em campo pelos Dispositivos Móveis de Coleta (DMCs) chega por meio de transmissão via rede celular (os DMCs têm chips 3G e 4G) para os servidores do IBGE e o banco de dados de produção. Posteriormente, esse banco de dados passa por alguns processos de leitura e transformação e a informação segue para outro banco de dados analítico, onde é feita a leitura e a análise das informações.

“Esse banco de dados analítico tem todas as informações do Censo, como o endereçamento do CNEFE e os paradados, todos consolidados em dezenas de tabelas. O SISPAC tem dois módulos. O ETL (Extrair, Transformar e Carregar) que faz a leitura, consolida informações e armazena em outro banco de dados. Uma vez que essas informações estão consolidadas, entra o outro módulo, o SISPAC Web, a tela onde os usuários conseguem fazer consultas, gerar gráficos e montar cartogramas”, esclarece Soares.

A consolidação ocorre porque os registros são armazenados em diversas tabelas. Desde 1º de agosto, quando começou a coleta, as informações estão armazenadas em nível de município e postos de coletas com o total de domicílios, pessoas, homens, mulheres. Diariamente, às 7h30, o SISPAC roda e faz a totalização do banco.

“Hoje já temos mais de 160 dias de coleta com todos os dados agregados. Na tela inicial, já temos gráficos que mostram o total Brasil e o total de setores e seus status – realizado, supervisionado. Ao longo da coleta, conseguimos acompanhar por cor o status de cada UF. Já conseguimos notar alguns problemas e corrigi-los”, pontua Soares.

“Também conseguimos ver a evolução da quantidade de pessoas e de questionários realizados com o comparativo dos questionários básicos e os da amostra. Também entendemos que a informação do SISPAC vai ser muito valiosa em operações futuras. Estamos guardando como se fosse uma foto de cada dia e teremos um filme.

Entendendo como a operação ocorreu de agosto até o final, conseguiremos pensar em operações futuras e evoluir na operação censitária”, conclui.

Agência de Notícias IBGE  e Jornal Leopoldinense

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