População em situação de rua em BH triplicou na última década
DIVERSOS
Publicado em 09/02/2023

 

O número de pessoas em situação de rua em Belo Horizonte quase triplicou durante a última década, conforme o Censo Pop Rua, pesquisa realizada pela Universidade de Medicina da UFMG e pela Prefeitura da capital iniciada em outubro do ano passado.

De acordo com os resultados apresentados na manhã desta quinta-feira (9), os pesquisadores identificaram 5.334 pessoas morando atualmente nas ruas da capital. Se comparado com o último levantamento, em 2013, quando foram enumerados 1.827 moradores sem-teto, o aumento corresponde a 191%.

De acordo com o professor Frederico Garcia, um dos coordenadores da ação, as informações coletadas serão importantes para a organização de ações de políticas públicas. “Percebemos o aumento do tempo médio de permanência nas ruas, envelhecimento dessa população e o impacto dos problemas de saúde mental desse grupo. Precisamos observar esses pontos para agora, de acordo com o Estatuto do Idoso, atuar na promoção de saúde e prevenção de transtornos mentais entre crianças e adolescentes”, explicou.

Mais de 300 pesquisadores participaram do levantamento, realizado nas nove regionais de BH. Entre os mais de 5.300 moradores em situação de rua, 2.507 responderam às perguntas do questionário. O número total de moradores é proximo dos dados obtidos pela PBH pelo CadUnico.

Censo Pop Rua

A pesquisa apontou que 84% da população de rua é formada por homens. Menos da metade do número total do levantamento (41%) é natural de BH. Outra situação preocupante é que 67% vive sozinho. Mais de 90% deseja sair das ruas, segundo a pesquisa.

“Esse aumento teve uma corroboração da pandemia. 35% entrou na rua depois da pandemia. Houve um aumento na quantidade de mulheres que vivem em situação de rua. A maior parte é composta por pretos e prados e temos um envelhecimento dessa população que deve ser preocupação das politicas publicas nos próximos anos. Os casos de pessoas com transtornos mentais também. O perfil é diferente do censo anterior e as politicas precisam ser repensadas para atender essas necessidades”, explicou o professor.

Agora, a Prefeitura vai analisar o relatório final, que deve ser entregue em até dois meses. A ideia é, a partir dele, promover politicas publicas necessárias para ajudar essa população a sair da atual situação. “Com os primeiros achados da pesquisa, apresentamos pro prefeito e fizemos uma primeira reunião. Sabemos que temos que investir para enfrentar as questões de saude, acesso a odontologia e habitação. Temos desafios enormes. Se enfrentarmos esses dois grandes problemas vamos melhorar muito essa situação”, disse Rosilene Rocha, secretaria Municipal de Assistencia Social, Segurança Alimentar e Cidadania.

Fonte: Hoje em Dia

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