Presidente voltou a falar sobre a possibilidade da criação de uma moeda única dos Brics
O governo Luiz Inácio Lula da Silva pretende usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a volta da União de Nações Sul-Americancas (Unasul). O presidente defendeu a ideia nesta terça-feira, 30, ao lado de 11 líderes políticos do continente.
Segundo Lula, os interesses que unem os países “estão acima de divergências ideológicas”. “Permitir que as divergências se imponham teria um custo elevado, além de desperdiçar o muito que já construímos conjuntamente”, disse.
Assim como na segunda-feira 29, o presidente voltou a falar sobre a possibilidade da criação de uma moeda única dos Brics — instituição formada pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia, pela China e pela África do Sul. “Sonho que os Brics possam ter uma moeda, assim como a União Europeia construiu o euro”, declarou. “Sonho que a gente possa ter outra moeda e que a gente possa fazer negociações. Não podemos ficar dependendo só do dólar.”
Participaram da reunião os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela). A presidente do Peru, Dina Boluarte, está impedida de deixar seu país e não pôde comparecer ao encontro.
Governo Lula vai perdoar dívidas da Venezuela
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo brasileiro deve “reprogramar” a dívida da Venezuela com o BNDES. Ele fez a declaração na segunda-feira, ao sair de uma reunião com Lula e com o ditador venezuelano, Nicolás Maduro.
“Vamos constituir um grupo de trabalho para consolidar a dívida da Venezuela com o Brasil”, revelou o ministro. “A partir da consolidação dos números, iremos reprogramar o pagamento da dívida. A Fazenda tratou disso na reunião.” Haddad disse também que a renegociação da dívida da Venezuela é uma “encomenda” do governo brasileiro. “Vim cuidar do Tesouro Nacional”, ressaltou.