Um estudo recente mostra que a vacina contra chikungunya, desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e por uma empresa francesa, é segura e protege em 99% dos casos.
O ensaio clínico da vacina do Butantan e da empresa de biotecnologia francesa Valneva, apresentou segurança e alta capacidade de produção de anticporos em quase 100% dos voluntários, que receberam apenas uma dose.
Esse resultado, referente à fase 3 dos testes, foi publicado em 12 de junho na revista científica britânica The Lancet.
O imunizante testado é o único no mundo contra a chikungunya, e envolveu 43 centros de pesquisa dos Estados Unidos e mais de quatro mil participantes adultos e idosos.
A análise de imunogenicidade (produção de anticorpos) foi feita em um subgrupo de 362 voluntários (266 do grupo vacinado e 96 que receberam placebo) e o imunizante induziu a resposta do sistema imune em 99% dos indivíduos após 28 dias da vacinação. Nesse período, os índices de anticorpos aumentaram 471 vezes.
A proteção foi mantida em 96,3% dos participantes mesmo após seis meses da aplicação do imunizante, com níveis de anticorpos neutralizantes aumentados em 107 vezes em comparação com o início do estudo (pré-vacinação).
Além da eficácia, a vacina foi bem tolerada por todos os testados, com poucos relatos de efeitos colaterais leves, como dor de cabeça, dor muscular e cansaço.
O vírus que causa a doença é transmitido pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, e circula em mais de 110 países. No Brasil, só este ano, já foram registrados 118 mil casos prováveis de chikungunya, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as vacinas da dengue e da chikungunya em produção no Instituto Butantan podem diminuir os surtos dessas doenças nas Américas.
A vacina contra chikungunya deve estar disponível no Brasil a partir de 2024.
(*) Com Radioagência Nacional e Hoje em Dia