A importação brasileira de leite aumentou quase 43% em maio, representando 209 milhões de litros do produto comprados no exterior, principalmente da Argentina e do Uruguai. No ano, as compras externas somaram 878 milhões de litros, um avanço de mais de 200% em relação aos cinco primeiros meses do ano passado.
Esses dados estão na edição de junho do Boletim do Leite, divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP).
Esse avanço das importações, que atinge os principais produtos lácteos (incluindo queijos, manteiga, soro de leite, leite em pó), preocupa os produtores. Entidades como a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) já se manifestaram sobre um possível “desequilíbrio do mercado interno” em razão da crescente importação.
A associação atribuiu a crescente compra do produto no mercado externo à menor oferta doméstica, “afetada pela entressafra da matéria-prima e pelos preços nacionais mais elevados que os internacionais”. Analistas afirmam que, em média, o leite nacional custa 15% mais que o leite produzido pelos vizinhos.
Em maio do ano passado, uma resolução do governo de Jair Bolsonaro reduziu a tarifa de importação de lácteos a partir de junho daquele ano. A medida vale até dezembro deste ano.
Agora, os produtores, como a Gadolando, defendem que o governo federal limite ou taxe a importação do produto para tentar frear as compras externas e reequilibrar o setor.
Fonte: Revista Oeste