O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) disse nesta segunda-feira (14) discordar que o Republicanos faça parte da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional. A sigla negocia a indicação do deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para um ministério.
“O próprio presidente nacional do partido já deixou várias vezes em entrevistas que não será aliado do governo. Eu sou apenas um filiado e cumpro o que o partido manda cumprir. Desde que eu fui para lá, falou que seria oposição ao governo. Estou fazendo o que o partido mandou fazer. Agora, se tem políticos do partido que estão fazendo o contrário, eles que saiam, eles que se explodam”, disse o senador durante a posse do deputado federal Euclydes Pettersen como presidente do Republicanos em Minas Gerais.
Cleitinho também rebateu uma fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que declarou que o Republicanos era um partido de esquerda.
“O partido é feito de pessoas. Se têm pessoas que estão indo para um governo que a gente não concorda, eles que venham dar satisfação. Pergunta para eles se eles são de esquerda. Eu não sou”, disse o senador mineiro. “Se tem alguém aliado ao governo que é do partido, eles que saiam. Eu não vou sair do partido. Estou cumprindo o que o partido manda cumprir: é ser conservador e liberal na economia”, continuou Cleitinho.
Ele disse ainda que é “aliado do povo” e que se houver pautas que ele entender que são favoráveis à população, ele votará a favor. “Não estou aqui nunca para atrapalhar. Mas não sou alinhado ao governo. Sou aliado da população”, declarou.
Novo presidente do Republicanos em Minas, Euclydes Pettersen reconheceu que há integrantes da legenda que são próximos ao governo Lula e também defendeu que, caso queiram apoiar a gestão do petista, eles devem sair do partido.
“O Republicanos em alguns estados teve dirigentes que apoiaram o atual presidente Lula, como o Silvio Costa Filho. Ele teve essa aproximação, o pai dele foi líder de Governo quando o Lula e a Dilma eram presidentes. Ele tem essa aproximação e está sendo assediado”, disse o deputado federal.
“Mas para o partido declarar [apoio ao governo], precisa de uma declaração do presidente nacional, que já deu todas as garantias: nos mantemos na centro-direita e não vamos compor [com o governo] mesmo com esse assédio de um, dois, ministérios e outros cargos relevantes. Caso alguém queira assumir esse ministério, aí teria que se retirar do partido”, continuou o agora presidente do Republicanos mineiro.
Apesar das declarações, o vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional, Reginaldo Lopes (PT) prestigiou o evento do Republicanos. Um dos ministérios desejados pelos partidos do Centrão — o PP também negocia integrar o governo — é o do Desenvolvimento Social, chefiado por Wellington Dias. Na semana passada, ele disse que o cargo é indicação do presidente e caberá a Lula decidir. Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, lembrou que a área social é o “coração” da administração petista.
Fonte: Rádio Itatiaia