Uma professora de uma escola particular na Zona Norte de São Paulo foi gravada gritando com um aluno que sofre com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sendo agressiva com a criança de 12 anos. Os pais denunciam a educadora de ter humilhado o filho.
A gravação foi feita depois que os pais perceberam que o menino estava tendo muita resistência para ir à escola, mas não dizia o motivo. Eles, então, receberam um relatório assinado pela diretora afirmando que o aluno "tinha preguiça de fazer a lição". Desconfiados, os pais decidiram colocar um gravador na mochila do filho.
"Todo dia essa palhaçada! Isso é falta de tomar uma boa surra, viu menino?! Se você tomasse uma boa surra você ia parar com suas graças! Você entende sim! Se você não quer copiar, cala a sua boca e olha. Se você fosse meu filho, você não teria mais pernas porque eu tinha quebrado as duas!", grita a professora na gravação, que foi divulgada no Fantástico, neste domingo (3).
A mãe da criança ainda relatou que se ofereceu a acompanhar o filho na escola, para ajudá-lo a se adaptar, mas foi impedida. Ela ainda disse que poderia pagar e levar um profissional para ficar com ele, mas a instituição não permitiu e nem forneceu o serviço.
A professora ainda duvidou o diagnóstico de autismo do aluno: "Uma coisa é ser autista, outra coisa é ser mal-educado. Eu já cansei de falar para vocês que o autista tem alguma coisa na cabeça que não funciona".
O casal registrou um boletim de ocorrência por discriminação por motivo de deficiência contra a diretora e moveu uma ação indenizatória contra a escola.
Outro caso em São Paulo
No interior de São Paulo, um caso parecido foi registrado em uma escola estadual. Um estudante filmou o momento que uma professora maltratava uma aluna de 13 anos, que sofre com transtorno desafiador, opositor e deficiência intelectual moderada.
"A escola só falava que a nossa filha que era culpada, o comportamento dela era difícil, que ela agredia, era violenta. Nós acreditávamos na escola e acreditávamos nos profissionais que estavam lá dentro", contou o pai ao Fantástico.
Entretanto, dentro de casa a adolescente não apresentava comportamento agressivo, o que fez com que os pais duvidassem dos recados da escola. Eles foram surpreendidos ao assistirem ao vídeo na internet. A professora, entretanto, aparece no vídeo dizendo que também foi agredida fisicamente pela aluna, e ela chegou a registrar um boletim de ocorrência contra a estudante.
"Perdi o chão porque a gente é mãe né? A gente quer proteger o filho e quando a gente põe o filho na escola é para ter uma educação", lamenta a mãe da adolescente, que já está há uma semana sem frequentar a escola e afirma que não quer mais estudar.
A Secretaria Estadual da Educação afirmou que a professora foi afastada da sala de aula e que uma apuração foi aberta. No Brasil, uma lei confere o direito a estudantes com deficiência de estudar em qualquer escola, pública ou privada. As instituições são obrigadas a se adaptar para atender os alunos.
Fonte: Rádio Itatiaia