Líder nacional do partido e governador do RS, Eduardo Leite argumentou, porém, que ainda é cedo para projetar candidaturas para 2026
O governador do Rio Grande do Sul e presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, afirmou que o correligionário Aécio Neves "tem legitimidade" para buscar o protagonismo em Minas Gerais, inclusive com possibilidade de uma candidatura ao governo do Estado. Questionado se caminhará junto com o companheiro de partido nas eleições de 2026, porém, Leite se esquivou ao dizer que o pleito ainda "está distante". As declarações foram dadas, nesta sexta-feira, em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7.
"O deputado (federal) Aécio Neves (PSDB) é uma figura que protagoniza a vida pública nacional, que teve participação relevante, tem contribuição dada ao Estado de Minas Gerais quando foi governador, uma contribuição ao Brasil quando foi presidente da Câmara dos Deputados e também senador", ressaltou Leite.
Segundo o tucano, é natural que o companheiro retome a busca por protagonismo em solo mineiro, "especialmente depois que superou denúncias que foram feitas em relação a ele na Justiça e que tem hoje decisões que o absolvem daquelas denúncias pelas quais passou". Por essa razão, Leite afirmou que Aécio "(tem) toda legitimidade de se apresentar novamente na posição que entender onde possa contribuir. É legítimo que 2026 seja um caminho que ele se apresente novamente à sociedade mineira dando opções a esse eleitorado", declarou o presidente da legenda.
Na avaliação de Leite, no entanto, ainda é cedo para pensar no pleito de 2026. Perguntado se ele e Aécio poderiam estar juntos, com a candidatura do gaúcho à presidência e do companheiro de partido ao governo de Minas, Leite preferiu dizer que está focado nas eleições de 2024 para fazer com que o partido tenha posições de relevância na disputa municipal.
Em setembro, Aécio Neves chegou a declarar, em entrevista à FM O TEMPO 91,7, que uma eventual candidatura ao governo de Minas em 2026 não seria um "desejo do ponto de vista pessoal", mas afirmou que "obviamente, como homem público, vou estar sempre ouvindo os meus companheiros, e não posso negar que existe hoje um clamor grande nessa direção".
Perda de protagonismo do PSDB e rumos do partido
O governador do Rio Grande do Sul deve deixar a presidência nacional do PSDB na próxima quarta (29). Na data, será realizada convenção para definir o sucessor de Eduardo Leite. O nome de Aécio Neves chegou a ser cogitado para assumir o cargo, mas, com a recusa do deputado mineiro, a posição deve ser ocupada mais cotado para assumir a presidência nacional do PSDB é o ex-governador de Goiás e ex-senador Marconi Perillo.
Questionado se não teria sido melhor tentar se manter à frente da cúpula nacional do partido, já com foco em uma possível candidatura à presidência da República em 2026, Eduardo Leite afirmou que nunca foi "político de tentar mandar, ser dono de partido ou de ter projeto para atender um interesse individual".
Ele argumentou ainda que a perda de protagonismo do PSDB se deve à polarização política que se intensificou nas últimas eleições. Na avaliação de Leite, no entanto, o partido não deveria ceder à pressão para se posicionar em polos extremos. "A gente deve buscar liderar na direção que a gente acredita e não simplesmente ser conduzido ao sabor dos ventos. Entendo que o partido deve se manter fiel às suas convicções", defendeu o presidente da legenda.
Foto: Foto montagem: Joao Godinho / O Tempo
Fonte: O Tempo