Oito adolescentes usaram um método próprio para pedir ajuda e conseguir escapar de uma “cabeça d'água” em uma cachoeira de Itacambira, no Norte de Minas, na tarde desse domingo (10 de março). O fenômeno ocorre quando o volume da cachoeira tem aumento repentino, ficando perigoso para banho. Sem conseguir acesso à trilha, os jovens anotaram um pedido de ajuda em um chinelo e o arremessaram ao outro lado do rio, onde um homem estava passando. No item, um dos meninos anotou o número da mãe, que acionou o Corpo de Bombeiros.
De acordo com a corporação, os adolescentes são moradores da cidade de Montes Claros, também no Norte de Minas, e estavam visitando a cachoeira de Curiango, conhecida como ponto turístico da região. Na tarde de ontem (10/3), no entanto, começou a chover, causando o fenômeno da “cabeça d'água” – o rio aumentou de volume, impedindo que os jovens retornassem para a margem que levava à trilha de saída do local.
Depois de algum tempo sem saber o que fazer, os adolescentes viram um morador local passando do lado contrário ao que eles estavam. Rapidamente, tiveram a ideia de pedir socorro. Como o barulho da cachoeira era intenso e os gritos não funcionaram, um dos jovens escreveu em um chinelo o pedido de ajuda. Ele anotou o número de celular da mãe, que conhecia o local, e arremessou a sandália na direção contrária.
A mãe de um dos meninos, então, ao receber o telefonema, entendeu o pedido e acionou o Corpo de Bombeiros via Disque 193. Para a equipe chegar até a cachoeira, foi necessário realizar uma caminhada de cerca de 2 km, em um trilha de pedras. A corporação afirmou que havia muita correnteza no horário do resgate.
Os militares conseguiram resgatar cada um dos oito adolescentes por meio de uma corda de segurança amarrada de uma margem a outra da cachoeira. Nenhum jovem precisou de atendimento médico.
Fonte: Jornal O Tempo