Com o casamento marcado para 7 de setembro deste ano, o noivo dela, Matheus Turchete, de 27 anos, contou que a futura esposa decidiu fazer o procedimento para emagrecer antes da cerimônia."Na verdade, ela não precisava. Ela não tinha obesidade, era uma pessoa saudável. Eu acho que ela quis ter um 'corpo de princesa' para o casamento e acabou tomando essa decisão", disse Matheus.A cirurgia foi realizada no último 26 de abril, em uma clínica que fica na Região do Barreiro. O médico responsável pela operação foi Mauro Lúcio Jácome, especialista em endoscopia digestiva e gastroenterologia. O g1 entrou em contato com o profissional, que negou a acusação.Onze dias depois, Laura foi internada com fortes dores e precisou passar por uma intervenção de emergência, mas não resistiu. Na certidão de óbito consta que ela teve uma infecção generalizada, causada por um furo no estômago.Segundo os parentes, a engenheira não poderia ter feito o procedimento e recebeu uma assistência inadequada durante o pós-operatório. Já no dia seguinte à cirurgia, ela começou a vomitar sangue."A clínica poderia não só ter dado um suporte melhor, mas também ter evitado. Especialistas falaram que ela não poderia ter passado por esse procedimento, por causa do Índice de Massa Corporal (IMC) dela, que não comportava essa cirurgia. Ela tinha 70 quilos", afirmou o noivo da vítima.Devido aos sintomas, em 30 de abril, a própria paciente pediu que o médico fizesse a retirada imediata do balão. No entanto, a remoção só aconteceu em 2 de maio, em outra unidade da clínica, na Savassi, Região Centro-Sul da capital mineira."Ela ainda insistiu para o médico retirar: 'Minha vida vale mais que um balão'", contou Matheus.Em 6 de maio, Laura continuou passando mal e foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima, na Grande BH. Na unidade, a equipe médica constatou a perfuração no estômago.A engenheira foi levada às pressas para uma cirurgia de emergência, pois estava com o organismo tomado por fezes. Em 7 de maio, ela morreu.De acordo com os familiares, Mauro Lúcio Jácome deixou apenas o telefone da enfermeira como contato e não fez o acompanhamento adequado do estado de saúde de Laura. Já a clínica onde o procedimento foi realizado se negou a fornecer o prontuário dela."Eu procurei o médico que fez o procedimento, e ele tratou a situação como normal. Falou que se houvesse perfuração ele não conseguiria ver. Nenhum paciente faria isso se soubesse do risco", completou.Após a morte, a família registrou um boletim de ocorrência. O g1 procurou a Polícia Civil para saber se a instituição investiga o caso e aguarda retorno. O médico Mauro Lúcio Jácome é sócio-administrador da Clínica Cronos, onde a cirurgia foi feita. Em nota, o estabelecimento afirmou que se solidariza com a dor da família e que a paciente atendeu os requisitos para o procedimento, realizado "sem qualquer intercorrência" (veja abaixo):