13º salário dos servidores estaduais não será pago 'tão cedo', afirma Romeu Zema
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Publicado em 03/01/2019

 

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta terça-feira (2) que o 13º salário dos servidores estaduais não será pago “tão cedo”. A declaração foi dada nesta manhã em entrevista ao Bom Dia Minas.

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De acordo com Zema, a gestão anterior não deu acesso à atual equipe aos dados financeiros do estado. “A partir de hoje é que nós vamos estar levantando esses dados, mas nós sabemos que a situação de Minas é extremamente delicada. É um estado que está falido. E, com certeza, esse 13º não será pago tão cedo”, afirmou.

O último governo terminou o ano sem pagar o 13º ao funcionalismo público. Na última sexta-feira (28), a gestão de Fernando Pimentel (PT) informou que a situação seguia indefinida.

Zema disse que há prefeituras no estado que estão sem receber repasses e estão atrasando salários dos professores há quatro meses. “Nós vamos ter de priorizar aquilo que é mais grave”, destacou.

O governador afirmou que o fim do parcelamento do salário dos servidores vai depender da renegociação da dívida de Minas com o governo federal. Ele não falou em datas, mas disse que o pagamento até o quinto dia útil vai levar “um tempo”.

“Se esse processo for agilizado [renegociação da dívida], eu penso que nós devemos conseguir fazê-lo até meados do ano, isso vai dar um alívio de caixa muito expressivo para o estado. E eu gostaria muito de passar a pagar o funcionalismo e as prefeituras pontualmente, pelo menos daqui por diante”, disse.

Durante a campanha, Zema havia firmado o compromisso de não receberia o seu salário até regularizar o pagamento dos funcionários públicos. Um dia após ser eleito, ele também afirmou ao MG1 que governaria com uma equipe praticamente de voluntários.

Nesta manhã, no entanto, o governador falou que é obrigado por lei a receber o salário e que, por isso, vai doar a quantia a instituições de caridade. Com relação a sua equipe, Zema disse que os secretários haviam feito o compromisso de aguardar o recebimento do salário até as contas dos servidores estarem em dia.

“Tive acesso agora ao dado que, por lei, eu serei obrigado a ter o crédito do meu salário em conta corrente, mas eu vou estar doando o meu salário mensalmente para uma instituição de caridade. Não posso ficar sem receber como eu gostaria. (...) É uma questão legal que, quando nós fizemos o compromisso, não foi prevista. E agora, no meu caso, eu estarei fazendo assim. Mas eles [secretários] não têm essa obrigação”, afirmou.

Questionado sobre a escolha do general da reserva do Exército Mario Araújo para a Secretaria de Estado de Segurança Pública, o governador disse que não pensou no nome do militar para estreitar laços com o presidente Jair Bolsonaro (PSL).

De acordo com Zema, foi feito um processo para a escolha dos secretários e o general da reserva foi o candidato que tinha o perfil mais adequado. “Mas, consequentemente, isso vai acontecer, vai facilitar o nosso trânsito junto a outros generais que pertencem ao governo federal. Inclusive, ele estudou na mesma época do presidente Bolsonaro, na academia militar”, disse.

Questionado sobre sua declaração de que o governo seria “duro com bandido”, Zema disse que há hoje uma “certa tolerância” e que muitas vezes a esquerda prega que o bandido é vítima da sociedade.

“O ser humano tem a opção de fazer escolhas. Têm muitas pessoas que vêm de uma família desestruturada e são trabalhadoras, honestas. Então nada justifica. Eu sou a favor de uma punição exemplar e de ter pouca tolerância com alguns fatos como invasão de terra, que é um dos grandes problemas do agronegócio em Minas”, destacou.

Já com relação à saúde, Zema disse que vai analisar “a gordura” que pode ser cortada na área. “Um dos nossos compromissos de campanha é exatamente melhorar essas instalações. Vamos estar analisando aqueles hospitais regionais que já estão com as obras mais adiantadas para que, com parcerias com instituições sociais, filantrópicas, alguns deles venham a ser concluídos e passem a oferecer um maior número de leitos para a população”, afirmou.

O governador disse também que pretende criar um cartão estudante para alunos que se destacarem, com objetivo de conceder incentivos. “O que nós queremos é que esse aluno que tenha esse potencial, esse interesse, tenha um cartão para se matricular numa escola conveniada, privada, e desenvolver ali os seus conhecimentos”, explicou.

Zema falou ainda que já começou a renegociar com a União a dívida do estado. "Espero em breve trazer boas notícias, mas, lembrando, que o estado está falido. E, para pagar alguém, nós vamos ter de deixar de pagar outro alguém", disse.

 



Fonte : G1/ Rádio Muriaé
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