Mamografia é a principal arma na prevenção do câncer de mama
DIVERSOS
Publicado em 08/10/2019

 

Somente neste ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que serão 60 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. O número corresponde a 28% de todos os diagnósticos da doença registrados no país. Este é o tumor com maior incidência entre as mulheres depois do câncer de pele não melanoma. Um dos principais mecanismos de controle e identificação da doença é a mamografia. Segundo o Inca, todas as mulheres com mais de 40 anos devem fazer a checagem. Hábitos de vida saudáveis também são essenciais para evitar o aparecimento da doença.

 

No entanto, cerca de 10% dos casos estão associados a fatores genéticos hereditários, ou seja, transmitidos de pais para filhos. Nessas situações, o controle preventivo deve ser iniciado antes mesmo dos 40 anos por conta do maior risco. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Mastologia revela que uma em cada 12 mulheres terá um tumor nas mamas até os 90 anos de idade. As chances de cura em caso de diagnóstico precoce, entretanto, chegam a 95%.

 

SINTOMAS PRÓPRIOS

 

A oncologista Tatyene Nehrer de Oliveira chama atenção para a falta de sintomas da doença. “Não pode se confiar em dor em casos de câncer de mama. A maioria dos cânceres de mama não provocam dor. Se pensarmos em diagnóstico precoce, em estágio inicial e altas taxas de cura, temos que pensar em doença que não é palpável, em doença que não é detectável em exame físico e, para isso, a mamografia presta-se muito bem, porque as microcalcificações, que são as lesões precursoras, não são palpáveis, mas são vistas pela mamografia. Então, não pode se guiar pela questão de não estar com dor na mama”, ressalta.

Em geral, os cânceres de mamas são indolores, destaca Tatyene, acrescentando que a doença tem sintomas próprios. “Como uma descarga mamilar, que é uma secreção muitas vezes sanguinolenta que sai pelo mamilo ou uma introversão (quando o mamilo muda de lugar retraindo-se), além de assimetria de uma mama para outra, podendo uma ficar maior que a outra, sinais inflamatórios na pele, vermelhidão, descamação ao redor da aréola, hipertermia na mama e a existência de uma íngua na região da axila, que pode ser algo que desperta a atenção da mulher”, orienta.

Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a patologia pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem a características próprias de cada tumor. “Não existe uma receita de bolo para o tratamento, ou seja, todo o câncer de mama não é tratado igual. Existem subtipos e perfis moleculares diferentes de câncer de mama, cada um com um prognóstico diferente afetando uma população diferente. Alguns mais relacionados com herança genética, alguns comuns em mulheres mais jovens, outros em mulheres mais idosas e com perfis menos agressivos. Cada paciente tem seu tratamento individualizado. A grande maioria desses tipos da doença tem remédios oferecidos pelo SUS, mas existem medicamentos mais recentes e que têm mostrado respostas significativas”, pontua a médica.

 

ALGUNS FATORES TRAZEM MAIOR RISCO

 

Muitos casos de câncer nas mamas estão relacionados ao sobrepeso e à obesidade, como explica a oncologista Tatyene Nehrer de Oliveira. “Referente a isso, nos remetemos a dois assuntos: a questão nutricional e a questão da importância da atividade física. Temos vários trabalhos sérios publicados, apontando os benefícios da atividade física aeróbica, pelo menos três vezes na semana, e, pelo menos, 40 minutos como sendo algo que diminui a incidência do câncer de mama e de fatores que eliminam o risco de recaída de doença após o término do tratamento. Na parte nutricional, é sabido que os carboidratos, a carne vermelha, a ingestão de produtos multiprocessados são agentes potencialmente cancerígenos”, aponta, lembrando da importância do equilíbrio na hora da escolha daquilo que se come. “Não vamos entender isso de forma radical. Não é que nunca mais a pessoa irá ingerir carboidratos na vida. Tudo deve ser feito dentro da moderação, dentro daquilo que realmente é considerado permitido.”

 

 

Fonte: Jornal Zona da Mata

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