Todos os 152 postos de saúde da capital vão estar de portas abertas neste sábado (19), “Dia D de Vacinação contra o Sarampo”. O “Dia D” faz parte da Campanha Nacional de Vacinação, lançada no dia 7 de outubro pelo Ministério da Saúde, em parceria com secretarias estaduais e municipais, para estimular as pessoas a se vacinarem contra doença, que vem fazendo vítimas em todo país. Nesta primeira fase, que vai até o dia 25 de outubro, a vacinação será exclusiva para crianças de seis meses a 4 anos de idade, que é a faixa etária mais afetadas pela doença.
Em BH, já são 11 casos da doença este ano, com 357 casos suspeitos de residentes na capital. Desses, 255 casos permanecem em investigação e 91 foram descartados. Em Minas, são 41 casos. Ao longo do ano, foram registradas ainda 1.420 notificações provenientes de 215 municípios no Estado, sendo descartadas 733 (51,6%) e ainda em investigação 650 (45,8%).
A mobilização nacional deste sábado integra a primeira fase da campanha, que irá até o dia 25 de outubro, voltada apenas para crianças com idade entre seis meses e 4 anos. Os bebês de até um ano apresentam coeficiente de incidência da doença de 92,3 a cada 100 mil habitantes, 12 vezes maior do que as demais faixas.
Na segunda etapa, programada para o período entre 18 e 30 de novembro, o foco será em pessoas de 20 a 29 anos. Essa faixa inclui a maioria do número de casos confirmados da doença, com 1.694, embora com coeficiente menor (13,2 casos a cada 100 mil habitantes) devido ao número de brasileiros nessa faixa de idade.
Devem ser vacinados os bebês de seis meses a 1 ano, que tomarão a chamada “dose 0”. As crianças de 1 a 5 anos devem receber duas doses, uma aos 12 meses e outra aos 15 meses. Em caso de aplicação de apenas uma das doses, é preciso se dirigir aos postos para realizar o complemento da segunda.
O objetivo é vacinar 39 milhões de pessoas ao longo da campanha, cerca de 20% dos brasileiros. Foram disponibilizadas neste ano 60,2 milhões de doses da tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. Para o próximo ano, o ministério anunciou a aquisição de mais 65,2 milhões de doses. O público-alvo será ampliado, abrangendo também as faixas de 50 a 59 anos.
Cobertura vacinal
Segundo a SES-MG, no Estado, a cobertura vacinal das vacinas tríplice viral e tetraviral em menores de 5 anos de idade, com uma dose, está em 89,49%. A faixa de idade com maior cobertura é a de 2 anos de idade, com 96,73%, e a menor é a de crianças com menos de 1 ano de idade, com 41,77%.
Já a cobertura vacinal de crianças com duas doses está em 73,80%. A etária com maior cobertura é a de 4 anos de idade, com 87,35%, e a menor é a de crianças com 1 ano de idade, com 61,28%.
Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Muncipal de Saúde, cerca de 8 mil crianças já receberam a dose zero contra o sarampo, o que corresponde a 88% de cobertura vacinal. Entre as de um ano, já foram vacinadas cerca de 18 mil, 90,8% de cobertura vacinal. E entre a faixa etária de dois a quatro anos, cerca de 73 mil já receberam a dose da vacina, o que corresponde a 91,5% de cobertura vacinal. O Ministério da Saúde define como meta de vacinação, a cobertura vacinal de 95% do público-alvo.
Casos no Brasil
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre Sarampo, de janeiro até outubro deste ano já haviam sido confirmados 6.640 casos e seis mortes. No período de 7 de julho a 29 de setembro, foram registrados 5.404 casos confirmados, enquanto 22.564 ainda estão em investigação. Outras 7.554 suspeitas foram descartadas. O período concentrou 81% dos casos confirmados neste ano.
Esses episódios ocorreram em 19 unidades da Federação, sendo a quase totalidade em São Paulo, com 5.228 casos (96,74%), em 173 cidades, principalmente na região metropolitana da capital paulista. Em seguida vêm o Paraná (39 casos, em 10 cidades), o Rio de Janeiro (28, em 9 municípios), Minas Gerais (25, em 8 localidades) e Pernambuco (24, em 8 cidades).
Como os registros estão em municípios específicos, quem quiser mais informações deve buscar a Secretaria de Saúde do estado para saber se a sua cidade está entre os locais de ocorrência da doença. Entre as mortes, cinco foram em São Paulo e uma em Pernambuco.
Sarampo
Causado por vírus, o sarampo é uma doença infecciosa grave, que pode levar à morte. A transmissão ocorre por via aérea, ou seja, quando a pessoa infectada tosse, fala ou respira próximo de outras pessoas.
Mesmo quando o paciente não morre, há possibilidade de a infecção ocasionar sequelas irreversíveis. Quando a doença ocorre na infância, o doente pode desenvolver pneumonia, encefalite aguda e otite média aguda, que pode gerar perda auditiva permanente.
Os sintomas do sarampo são febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, coriza (nariz escorrendo ou entupido) e mal-estar intenso. Quando o quadro completa de três a cinco dias, podem aparecer manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas.
A prevenção ao sarampo, feita por meio da vacinação, é fundamental, já que não há tratamento para a doença. O tipo de vacina varia conforme a idade da pessoa e a situação epidemiológica da região onde vive, ou seja, é necessário levar em conta a incidência da doença no local. Quando há um surto, por exemplo, a dose aplicada pode ser do tipo dupla viral, que protege contra sarampo e rubéola.
Existem ainda as variedades tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela, mais conhecida como catapora). As vacinas estão disponíveis em unidades públicas e privadas de vacinação. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece doses gratuitamente em mais de 36 mil salas de vacinação, localizadas em postos de saúde de todo o Brasil.
O governo brasileiro recomenda que pessoas na faixa de 12 meses a 29 anos de idade recebam duas doses da vacina. Para a população com idade entre 30 a 49 anos, a indicação é de uma dose.
Recentemente, o Brasil perdeu o certificado de eliminação da doença. Na semana passada, passaram a apresentar semelhante condição quatro países da Europa: o Reino Unido, a Grécia, República Tcheca e Albânia. De acordo com o ministério, no primeiro semestre deste ano, o Cazaquistão, a Geórgia, Rússia e Ucrânia concentraram 78% dos casos registrados na Europa.
Fonte: Hoje em Dia