Tradição do amigo-oculto gira R$ 7,5 bilhões na economia
DIVERSOS
Publicado em 23/12/2019

 

Lanerose Pacheco vai participar de dois amigos-ocultos (ou secretos) em 2019. “A gente se diverte e fica mais próxima das pessoas que gostamos”, justifica. Mais do que aderir à tradicional brincadeira de fim de ano, ela na verdade ajudou a movimentar uma estatística estimada em R$ 7,5 bilhões.

Este é o valor que os brasileiros devem gastar este ano com os presentes para o amigo secreto, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceira com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

O estudo apontou que o preço médio do presente para essa brincadeira é de R$ 67,70. Está na média de Lanerose, que presenteou com semijoias: “Um amigo-oculto ocorreu no centro de compras em que trabalho. O outro foi numa reunião de amigas. O importante não é o valor, mas a amizade, o carinho com as pessoas”.

A pesquisa concluiu que 66,3 milhões de pessoas devem participar de pelo menos um amigo-secreto no trabalho ou com a família. Praticamente metade (49%) dos consumidores pretende participar de apenas um evento. Já 39% farão como Lanerose, presenteando duas pessoas. 

“O amigo-secreto parece nunca sair de moda entre os brasileiros. É uma brincadeira democrática e uma ótima alternativa em tempos de orçamento apertado”, explica o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

O número de participantes vem aumentando no Brasil. Neste ano, 42% dos consumidores que vão presentear no Natal devem aderir à brincadeira. Trata-se de um aumento de nove pontos percentuais em relação ao ano passado.

De acordo com a pesquisa, a maioria (72%) fará a brincadeira com familiares. Entre os amigos, 38%. No ambiente do trabalho, 29% – estatísticas que podem aumentar, pois 17% não souberam responder se vão participar da brincadeira em 2019.

E o que leva o brasileiro a desembolsar um valor com o amigo-secreto? As respostas interessam muito aos lojistas, pois ajudam a traçar estratégias de vendas na atração deste tipo de consumidor.

“As principais motivações apontadas foram o fato de gostar desse tipo de celebração (59%) e considerar a brincadeira uma boa maneira de economizar com presentes (36%). Há ainda aqueles que, apesar de entrar na brincadeira, sinalizaram não gostar desse tipo de comemoração: 12% disseram que participam para não serem vistos como antissociais”, informou a CNDL.

Dos consumidores que não vão participar da brincadeira (40% dos entrevistados), 48% afirmaram não gostar de amigo-oculto;35% disseram que as pessoas do círculo de amizades têm costume de fazê-lo e 17% alegaram falta de verba. 

Independentemente da resposta, é preciso ficar atento a um eventual problema financeiro. Vignoli alerta para que o consumidor não extrapole o orçamento. “O que à primeira vista parece vantajoso pode ficar caro se o consumidor decidir entrar em todos os amigos-secretos do círculo de convivência. A dica é participar apenas de comemorações em que o preço é estipulado com antecedência. Também vale analisar se esse dinheiro não fará falta no fim do mês, comprometendo assim o pagamento das contas”, orienta o executivo.

 

 

Fonte: Hoje em Dia

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