Mais consumidores brasileiros já podem aderir à tarifa branca, que permite o pagamento de valores diferentes em função da hora e do dia da semana em que se consome a energia elétrica. A intenção é tornar a rede de distribuição de energia mais eficiente, oferecendo luz mais barata àqueles que a consumirem fora do horário de pico, período do dia em que o uso é mais intenso.
A medida começou a valer na última quarta-feira (1º de janeiro) para clientes que consomem média anual mínima de 250 kWh/mês, atingindo consumidores de baixa tensão. A tarifa é opcional e cabe ao cliente escolher se adere à mudança, avaliando as vantagens segundo seu hábito de consumo. Esta iniciativa, porém, não é permitida àqueles que pagam tarifa social e indústrias de grande porte.
Em janeiro de 2018, a adoção da modalidade, aprovada em 2016 pela a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atendia aqueles que consumiam média de 500 kWh/mês, geralmente pequenos comércios, indústrias e casas grandes, que consomem mais energia. Em 2019, o sistema passou a atender consumidores de 250 a 500 kWh por mês, considerando a média dos últimos 12 meses, ampliando agora o atendimento para a maioria dos brasileiros.
Como funciona
O cálculo da tarifa segue determinadas regras. Nos dias úteis, há três valores: horário de pico, intermediário e fora de pico. Esses períodos são estabelecidos pela Aneel e são diferentes para cada concessionária, que fica responsável por informar aos clientes quais são suas faixas de consumo. Aos sábados, domingos e feriados vale a tarifa dos horários fora de pico durante todo o dia. Pelas regras, o valor da tarifa fora do horário de pico é mais barato do que no horário de pico, estimulando a mudança de hábitos. Cada consumidor pode verificar seus hábitos na própria conta de luz.
Para aderir à tarifa branca, o consumidor deve procurar a concessionária de energia de sua região por telefone ou em um posto de atendimento. A empresa tem 30 dias para instalar, gratuitamente, o aparelho que mede o consumo nas diferentes faixas de horário. Caso o usuário desista e queira retornar ao sistema convencional, a concessionária deverá restabelecê-lo em até 30 dias. Se desejar participar novamente da modalidade, há um período de carência de 180 dias.
Vale a pena aderir?
Segundo o Idec, as vantagens da adesão dependem do perfil de consumo. “Se uma família utiliza mais energia no período da manhã e da tarde, por exemplo, a tarifa branca pode ser uma boa alternativa, pois não coincide com o horário de pico da região. Algumas concessionárias disponibilizam em seus sites simuladores para que os consumidores confiram se a tarifa é benéfica. Além disso, os usuários podem fazer testes para verificar se o sistema vale a pena”, avalia o instituto, por meio de assessoria. O órgão ressalta ainda que é preciso um bom gerenciamento do consumo para que a economia não se transforme em mais gasto.
Fonte: Tribuna de Minas | Foto: Portal R7 / Marcelo Lopes