Não é verdade que vacina contra a gripe cause a doença
DIVERSOS
Publicado em 02/05/2020


Você, com certeza, já viu alguém reclamar que ficou doente depois que tomou vacina contra a gripe. Mas, será mesmo que, ao invés de proteger, a vacina pode deixar a pessoa gripada? A afirmação não passa de mito, afirmam os especialistas em Saúde. 

A exemplo de todos os anos, o Ministério da Saúde faz a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe. Algumas pessoas ficam preocupadas porque, em algum momento, tomaram a vacina e, alguns dias depois, estavam com sintomas de gripe. Como isso é possível? 

Marta Heloísa Lopes, especialista da Universidade de São Paulo (USP), diz que é impossível a vacina causar a gripe. Ela explica que os tipos de vírus presentes na composição da fórmula - que estimulam o organismo a produzir anticorpos -, estão “mortos.” 

“Isso é absolutamente mito, porque a vacina é de vírus mortos. E, além de ser de vírus mortos, os vírus são fracionados. Só há pedaços do vírus na composição da vacina. Não pode dar doença porque o vírus não está vivo, portanto, não consegue se replicar no nosso organismo.” 

Se a vacina não pode causar a gripe, como explicar o quadro gripal que aparece em muitas pessoas depois da injeção? Há muitas respostas, segundo os especialistas em Saúde. Uma delas é que, apesar de ter eficácia próxima a 70%, o organismo de alguns indivíduos não consegue desenvolver os anticorpos para evitar a doença. 

Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS), responsável por indicar a composição da vacina a cada ano, afirma que o organismo leva cerca de duas semanas para ficar protegido depois da injeção. Ou seja, é possível que, nesse intervalo, a pessoa seja infectada pelos vírus Influenza, que causam a gripe, ou por vírus que causa o resfriado. 

Marta Lopes lembra que o inverno é a época de maior circulação dos vírus que causam infecções respiratórias. E acrescenta que é comum as pessoas confundirem sintomas de gripe com os de resfriado, entre eles tosse e coriza. 

“É a época de circulação dos vírus respiratórios. No inverno as pessoas ficam mais aglomeradas e esses vírus circulam mais. Tomou a vacina, teve um quadro que pode ser causado por qualquer outro vírus, e muitos vírus causam quadro de resfriado, nariz escorrendo ou tosse, e acham que foi pela vacina.” 

A vacina da gripe é eficaz contra os três tipos de vírus Influenza mais comuns no hemisfério sul. O mais conhecido deles é o Influenza A (H1N1). Os outros são o Influenza B e o A (H3N2). A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe vai até 22 de maio e foi dividida em três etapas, priorizando os grupos mais vulneráveis.

Na primeira fase, o público-alvo foi composto por idosos com 60 anos ou mais e trabalhadores da saúde. No dia 16 de abril começaram a ser vacinados membros das forças de segurança e salvamento, doentes crônicos, caminhoneiros, motoristas e cobradores de transporte coletivo, portuários e população indígena. De 9 a 22 de maio, quando a campanha termina, é a vez de professores, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, grávidas, mães no pós-parto, pessoas com 55 anos ou mais e pessoas com deficiência.

Para mais informações sobre a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, acesse: saude.gov.br/vacinabrasil.





Fonte: Jornal Leopoldinense

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