Vacinação contra a gripe tem baixa adesão; especialistas orientam sobre segurança para ir aos postos
07/05/2020 07:05 em DIVERSOS

 

Em tempos de coronavírus e com a aproximação do inverno, a vacinação contra a gripe se torna ainda mais importante. Apesar disso, muita gente tem deixado de ir aos postos se imunizar por medo de aglomeração e contágio. Em Belo Horizonte, até esta quarta-feira (6), apenas 55% do público-alvo da segunda fase da campanha, que termina sexta-feira (8),  havia se vacinado. No Brasil, a situação é ainda pior, com apenas 36% de comparecimento. Especialistas alertam que é necessário e seguro ir aos postos, mesmo durante a pandemia. Basta seguir um passo a passo das orientações definidas pelas autoridades de saúde quanto à prevenção.

“Se as pessoas usam máscara, higienizam as mãos, organizam filas com distanciamento (pelo menos 2 metros), o ganho de se vacinar é muito maior do que eventual risco de pegar coronavírus. A vacinação traz várias vantagens na proteção contra a gripe. Além disso, como muitas pessoas adoecem por essa doença, essa prevenção ajuda para não lotar os hospitais e postos de saúde neste período de pandemia”, destacou o infectologista Estevão Urbano. 

A diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, Lúcia Paixão, deu orientações sobre como os cidadãos que são público-alvo da campanha de vacinação contra a gripe devem procurar um posto de saúde com segurança em meio à pandemia de coronavírus. Assista no vídeo:

Segundo Paixão, a vacinação é de extrema importância, já que ela protege contra três tipos de vírus do influenza, sobretudo para os públicos-alvos, que são compostos por pessoas com mais risco de complicação e também por aquelas que têm mais chance de transmissão entre si e para as outras pessoas.

"É bom salientar que essa vacina não protege contra a Covid-19. Entretanto, esses vírus da gripe também podem causar casos mais graves, principalmente na população que tem mais risco, que são os idosos, pessoas com comorbidades e gestantes. Os demais componentes do público-alvo são aqueles onde há maior chance de haver transmissão grande de doença respiratória pela influenza causando surtos. Então por isso a gente fala dos profissionais de saúde de, se não tiverem vacinados, contaminarem entre si e também dele próprio passar a gripe para as pessoas", explicou.

Pequena adesão

 

Nesta segunda fase, a vacina é direcionada a caminhoneiros, jovens de 12 a 21 anos, portadores de doenças crônicas e agentes da segurança pública. Em Minas Gerais, a expectativa é imunizar 1,6 milhão de pessoas deste público-alvo. A primeira etapa da campanha de vacinação contra a influenza contemplou maiores de 60 anos e trabalhadores da saúde e extrapolou positivamente as expectativas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Belo Horizonte alcançou 100% de cobertura vacinal nos dois públicos da primeira fase, sendo 117 mil trabalhadores de saúde e 336 mil idosos vacinados. Considerando o público-alvo da segunda etapa da campanha, dados parciais apontam que foram imunizadas apenas 55,4% da população - cerca de 145 mil pessoas.  

"A vacinação é de extrema importância porque protege o indivíduo contra umas das formas mais graves da gripe, que é o H1N1. É a única forma de proteção. E, neste momento, a importância se torna ainda maior porque a influenza pode levar a uma piora do quadro respiratório. Ou seja, pode agravar ainda mais os sintomas (de coronavírus)", completou a coordenadora de enfermagem da Faculdade Kennedy, Débora Cristine Gomes Pinto.

Na capital, a campanha de vacinação teve início no dia 23 de março nos 152 centros de saúde e postos extras. Para receber a vacina, é necessário apresentar o cartão de vacinação e documento de identidade. 

No Brasil, a meta de vacinar pelo menos 90% segue distante. Até esta quarta-feira (6), apenas 36% do público-alvo da segunda fase foi vacinado, o que significa que cerca de 10 milhões de pessoas que deveriam se imunizar ainda não o fizeram

Terceira etapa

A terceira e última etapa da campanha de vacinação contra a gripe terá início na segunda-feira (11) e será dividida em duas fases. Na primeira, que durará entre 11 e 17 de maio, o público-alvo será de pessoas com deficiência; crianças de 6 meses a menores de 6 anos; gestantes; e mães no pós-parto até 45 dias.

Na segunda fase, entre 18 de maio a 5 de junho, serão incluídos professores das escolas públicas e privadas e os adultos de 55 a 59 anos de idade. Segundo o governo, a exemplo das demais fases, a meta é vacinar pelo menos 90% de cada um desses grupos até o dia 5 de junho, quando a Campanha Nacional de Vacinação se encerra.

 

 

Fonte: Hoje em Dia

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