A pandemia da Covid-19 não impediu que 15 produtores rurais de São Sebastião da Vargem Alegre e região, na Zona da Mata mineira, seguissem com as plantações de uva e continuassem recebendo consultoria técnica do Projeto de Inclusão à Fruticultura, que completou um ano em julho. Só que agora, por questões de segurança, a assistência passou a ser realizada remotamente, por videoconferência, ligações telefônicas e mensagens de WhatsApp.
O Projeto orienta e acompanha toda a produção de uva, capacita os participantes sobre os métodos de cultivo e fomenta o cooperativismo, visando o fortalecimento do negócio e da produção local. O projeto da ONG Atitude recebe apoio da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), em parceria com o Instituto Votorantim e com a ESA Consulting.
Para garantir que a informação chegue a todos, as apresentações são compartilhadas previamente no grupo de WhatsApp. A assistência técnica remota é realizada individualmente ao longo do mês, seguindo o cronograma de atividades de cada produtor. As orientações mais frequentes têm sido sobre manejo, uso de defensivos agrícolas e questões burocráticas, como nota fiscal e critérios de rastreabilidade.
Com a pandemia, os produtores começaram a demandar outros tipos de dúvidas sobre a comercialização das uvas. Apesar de o período ser de instabilidade econômica em todo o mundo, o clima no grupo é de otimismo para as próximas safras. A empresa responsável pela consultoria tem reforçado o contato com os mercados local e regional para potencializar as vendas no final de 2020 e início de 2021. Enquanto isso, os produtores também se movimentam participando de um curso do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) para a produção de suco de uva.
A região é propícia para a produção de uvas de mesa (consumo da fruta fresca). Para o gerente das unidades da CBA, Christian Fonseca de Andrade, os produtores locais estão caminhando para desenvolver uma nova cultura na região, assim como foi com o projeto da banana, que também teve como parceiros a CBA e o Instituto Votorantim. “Desta vez, o que chama a atenção é a vontade de ter a fruta como insumo para a fabricação de outros produtos. Estamos muito satisfeitos com os resultados do primeiro ano da iniciativa, principalmente pelo fato de termos viabilizado em conjunto com os produtores rurais a continuidade do projeto de forma remota, sem prejuízos aos andamentos dos trabalhos em campo”, completa.
Colhendo resultados
Em julho, o Programa comemorou seu primeiro ano de implementação e, apesar do período atípico, é hora de comemorar. “Mesmo com a pandemia causada pelo novo coronavírus, fazemos um balanço favorável. Os produtores acreditam que a viticultura (produção de vinhas) é uma ótima possibilidade de renda futura e seguem na expectativa de iniciarem uma produção consorciada (entre os canteiros) com milho, feijão e horta. Eles já criaram uma logomarca que será usada por todos os produtores e estão conscientes de que podem agregar ainda mais valor com embalagens, rotulagens e produção de suco de uva”, destaca o assistente técnico da ESA Consulting Rodolfo Fadino Neto.
O sentimento é de otimismo com o novo ciclo de produção que tem início em agosto. Os participantes do programa encontram-se em estágios distintos. Os produtores em implantação estão no início da viticultura com colheita prevista dentro dos próximos dois anos. Já os em produção possuem culturas plantadas e passam por um processo de qualificação. O manejo dos dois grupos, de maneira geral, é bem semelhante e segue uma rotina cíclica de preparação, saúde e segurança na utilização de equipamentos e defensivos, podas, enxertias, manutenção do solo, prevenção e combate a possíveis insetos e pragas.
Fonte e fotos: Ideia Comunicação / Marcelo Lopes