Segundo o delegado responsável pela investigação, Alan Givigi, cada um dos produtores rurais é dono de uma fazenda onde foi verificado início do fogo que destruiu parte da área de preservação ambiental do Pantanal, na divisa com o Mato Grosso. "São 5 fazendas, cada um com um dono diferente", disse.
A suspeita dos policiais é que os produtores rurais tenham colocado fogo em vegetação nativa para transformá-la em pastagem para criação de gado. "Você extrai a mata nativa, e aí fica a pastagem para o gado", fala o delegado.
Conforme a PF, os suspeitos de colocarem fogo na região poderão responder pelos crimes de dano a floresta de preservação permanente, dano direto e indireto a unidades de conservação, incêndio e poluição (Art. 54, da Lei no 9.605/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 15 anos de prisão.
A operação é resultado de investigações que começaram em junho deste ano, conforme Alan Givigi, com análises de imagens de satélites. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, sendo 6 em fazendas de Corumbá, dois na cidade e outros dois em Campo Grande.
De acordo com o delegado, nas cidades foram apreendidos documentos e celulares, e ainda armas na casa de um alvo. Nas propriedades rurais foram feitas perícias e ouvidos funcionários. Ninguém foi preso pelas queimadas.
A operação foi denominada Matáá, que significa fogo no idioma guató, é em referência aos índios pantaneiros Guatós que vivem nas proximidades das áreas atingidas.
Para ajudar a combater os incêndios no Pantanal Sul e ainda no Parque Estadual das Nascentes do Taquari, 32 bombeiros do Paraná chegaram ao estado. Eles vão para as duas frente de trabalho nesta quarta-feira (15). O reforço já integra as ações da situação emergencial.
O Parque Estadual das Nascentes do Taquari fica na divisa com o Mato Grosso e Goiás, em Costa Rica e Alcinópolis. É o início do Pantanal em Mato Grosso do Sul e também tem pontos de cerrado. Lá o fogo começou no primeiro fim de semana de setembro e, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, de onde o Ibama retira dados, já foram queimados na região 15 mil hectares, o que equivale a 49% da área de preservação.
"É bem crítica a situação do nosso estado", resumiu o coordenador-geral de Defesa Civil em Mato Grosso do Sul, Fábio Catarinelli.
Fonte: G-1