A Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), afirmou nesta terça-feira (6) que foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias - que não existem no Brasil - em pacotes de sementes não solicitados que chegaram ao país e foram encaminhados à pasta.
Entre as amostras que foram levadas para testes em laboratório, foram encontrados um ácaro vivo, três fungos e duas amostras com bactérias. Além disso, quatro amostras estão sendo investigadas para averiguar a possível presença de plantas quarentenárias. “Ainda não temos conclusão das espécies, nem dos fungos nem das bactérias”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal.
Os pacotes não solicitados começaram a chegar há um mês pelos Correios vindos de países da Ásia. Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal. Os únicos estados que ainda não registraram o recebimento do material foram Maranhão e Amazonas.
O diretor do Departamento de Serviços Técnicos, José Luís Vargas, afirmou que alguns resultados são esperados 30 dias após o início das análises, mas que outros podem demorar mais do que isso. “Muitas vezes é necessário um trabalho de pesquisa, a quantidade de material é tão pequena que pode ser insuficiente para se fazer análise de DNA”, disse. “Às vezes precisamos fazer o material se propagar, colocar a semente para germinar e assim ter material para ser analisado.”
Em entrevista coletiva virtual nesta terça-feira (6), Leal destacou que o material não tem certificação, por isso está sendo feita uma "pesquisa do zero" para identificar os micro-organismos presentes nas sementes. Ele ressaltou que estão sendo tomadas todas as medidas para impedir a introdução de novas pragas no país.
As autoridades fizeram um apelo para que quem recebesse algum material desse tipo entregasse, assim que possível, a autoridades de Agricultura federais ou estaduais – tentando, se possível, manter a embalagem original intacta para facilitar a identificação da origem do produto. Quanto às origens, já foram identificados quatro países.
O secretário pede ainda que as pessoas não descartem a embalagem original dos pacotes, pois as informações contidas na embalagem são fundamentais para rastrear a origem do material.
Apreensões
Do ano passado para este ano, houve um aumento de cerca de 150% (passando de 2 mil por mês para 5 mil por mês) no número de apreensões desse tipo de material na central de distribuições dos Correios em Curitiba, onde é centralizada a inspeção de pacotes de menor peso (até 2 kg). O diretor do Departamento de Serviços Técnicos, José Luís Vargas, explicou que todos os pacotes passam por escaneamento e também pelo cão farejador Thor, treinado no centro de detecção do Mapa. Quando identificada alguma suspeita, o material é encaminhado para o Ministério da Agricultura.
No primeiro semestre deste ano, a fiscalização interceptou 33.734 caixas ou envelopes contendo partes de vegetais (folha, flores e caules), material de propagação vegetal (mudas, bulbos), produtos vegetais que apresentam risco, sementes e outros na central em Curitiba. Do total, 26.111 foram destruídos, 2.383 foram devolvidos ao local de origem e 5.240 liberados após checagem da documentação.
Fonte: Hoje em Dia