Questionado sobre o tema, Guedes comparou a política internacional a uma "festa" à qual o Brasil chegou atrasado – e, por isso, teria de "dançar" com todos.
"Vamos dançar com todo mundo, porque chegamos atrasados na festa. Também não vamos superestimar o fator político quando ele não é para ser superestimado. A dinâmica de crescimento do Brasil depende de nós”, disse.
“A mudança nos Estados Unidos, eventualmente – e os dados indicam que está próxima de acontecer – não afeta a nossa dinâmica de crescimento. Particularmente com relação aos Estados Unidos, nós estávamos e continuaremos trabalhando com todo mundo, "afirmou.
As declarações foram dadas em um evento de um banco privado, transmitido pela internet. Ainda segundo Paulo Guedes, o Brasil depende de si mesmo para retomar a economia – e não das relações com parceiros comerciais, ou das oscilações no cenário global.
Até as 18h desta sexta, a contagem de votos prosseguia e o vencedor ainda não havia sido definido, embora o cenário indicasse vantagem para o candidato democrata Joe Biden. Aliado de Jair Bolsonaro, o atual presidente e candidato à reeleição Donald Trump pretende questionar uma eventual derrota na Justiça.
Desde o início do mandato, o presidente Jair Bolsonaro fez diversos movimentos na tentativa de se aproximar de Trump. Recentemente, Bolsonaro também rebateu críticas de Joe Biden ao aumento das queimadas na Amazônia – o candidato chegou a falar em "retaliação" ao Brasil por conta do meio ambiente.
Nesta sexta, já com as apurações nos Estados Unidos em estágio avançado, Bolsonaro declarou que Donald Trump "não é a pessoa mais importante do mundo". Mas não citou Biden no discurso.
Durante a apresentação, Guedes afirmou ainda que o Brasil poderá manter alguns dos estímulos dados durante a pandemia para ajudar na retomada do crescimento. O ministro da Economia não citou quais estímulos poderiam ser mantidos.
Segundo Guedes, o desafio atual é garantir que medidas como o auxílio emergencial mantenham o efeito sobre a atividade econômica sem impactar de forma mais permanente a inflação.
“Esse esforço de transformar essa recuperação cíclica em uma onda de investimento para sustentar o nosso investimento é que é o nosso principal desafio. Estamos trabalhando justamente para garantir isso. Estamos trabalhando para impedir que os efeitos sobre a inflação se perpetuem e estamos para garantir que os efeitos sobre a atividade econômica se sustentem”, disse.
Fonte: G-1