O Ministério Público disse que a Prefeitura do Rio fazia pagamentos a empresas por conta da propina mesmo 'em situação de penúria' e que o valor arrecadado pela organização criminosa chega a R$ 50 milhões.
"A organização criminosa arrecadou dos empresários pelo menos R$ 50 milhões, foi o que conseguimos apurar. Agora, quanto foi para cada um, aí realmente é algo que não temos essa previsão", disse o subprocurador-geral Ricardo Ribeiro Martins.
Integrantes do MP e da Polícia Civil fluminense concedem entrevista coletiva nesta terça-feira (22) sobre a operação que prendeu o prefeito da capital, Marcelo Crivella (Republicanos).
O prefeito nega as acusações e diz ser vítima de "perseguição política".
O subprocurador-geral afirmou ainda que há indícios de que a "organização criminosa não se esgotaria" ao fim do mandato e, por isso, houve o pedido de prisão.
"Apesar de toda a situação de penúria (da Prefeitura), que não tem dinheiro nem para o pagamento do décimo terceiro, muitos pagamentos eram feitos em razão por conta da propina", disse ele.
A investigação aponta a existência de um "QG da Propina" na Prefeitura do Rio e Crivella seria o líder da organização criminosa. No esquema, de acordo com as apurações do MP, empresários pagavam para ter acesso a contratos e para receber valores que eram devidos pela gestão municipal.
A desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, que deu a ordem de prisão, determinou o afastamento de Crivella a 9 dias do fim do mandato.
O investigador também descartou que a ação tenha ocorrido agora por qualquer interesse político.
"Até os 45 do segundo tempo vieram aos autos elementos de prova necessários para a denúncia. A escolha da data não depende da gente, a investigação tem vontade própria. Tivemos uma delação homologada há uma semana. O timing foi esse por ser o tempo da investigação".O presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (DEM), assume. O vice de Crivella, Fernando Mac Dowell, morreu em maio de 2018.
- Prefeito Marcelo Crivella é preso no Rio suspeito de corrupção
- Após ser preso, Crivella fala em 'perseguição política' e diz que espera 'justiça'
- Investigação mostra que Crivella comanda organização criminosa, diz Justiça
- Justiça determina o afastamento de Marcelo Crivella das funções públicas
- Quem é Rafael Alves, homem forte do prefeito e acusado de chefiar esquema
- Entenda a investigação sobre o QG da Propina
- Crivella é citado como 'zero um' em conversa entre empresário e doleiro
Além de Crivella, foram presos também:
- Rafael Alves, empresário apontado como operador do esquema;
- Fernando Moraes, delegado aposentado;
- Mauro Macedo, ex-tesoureiro da campanha de Crivella;
- Adenor Gonçalves dos Santos, empresário;
- Cristiano Stockler Campos, empresário.Todos os alvos da operação foram denunciados pelo MP pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.
Fonte: G-1