A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou nota nesta terça-feira (16) em que diz ser "necessária, urgente e inevitável" a troca do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Segundo o texto, Pazuello não tem condições de conduzir a superação da pandemia e deve ser substituído "para o bem dos brasileiros".
O documento é assinado pelo presidente da CNM, Glademir Aroldi, e diz que a entidade tem recebido relatos de prefeitos indicando a suspensão da vacinação contra a Covid-19 para grupos prioritários, motivada pela falta de doses e de previsão de reabastecimento dos estoques.
Questionado, o Ministério da Saúde disse que não comentaria o tema porque a carta "não lhe foi endereçada". "O Ministério da Saúde e todos os seus dirigentes e corpo técnico estão trabalhando diuturnamente para dar a melhor resposta à sociedade", diz a pasta.
No texto, a CNM também afirma que tem tentado dialogar com a atual gestão do Ministério da Saúde – entre pedidos de agendas e de informação –. A pasta, diz a entidade, tem “reiteradamente” ignorado os prefeitos do Brasil.
“Por considerar que a vacinação é o único caminho para superar a crise sanitária e possibilitar a retomada do desenvolvimento econômico e social e por não acreditar que a atual gestão reúna as condições para conduzir este processo, o movimento municipalista entende necessária, urgente e inevitável a troca de comando da pasta para o bem dos brasileiros”, diz o documento divulgado.
- Frente nacional de prefeitos atribui 'escassez' de vacinas ao governo federal e cobra prazos para imunização contra Covid-19
- Lewandowski autoriza diligências da Polícia Federal em inquérito que investiga ministro Pazuello
- ANDRÉIA SADI: Inquérito de Pazuello no STF pressiona CPI, e Pacheco quer ouvir líderes antes de decidir sobre instalação
-
A CNM – que reúne 5.200 dos 5.565 municípios do país, incluindo 19 capitais – afirma que o comando do Ministério da Saúde "não acreditou na vacinação como saída para a crise e não realizou o planejamento necessário" para a compra de vacinas. Para a entidade, Pazuello adotou "postura passiva".
“Todas as iniciativas adotadas até aqui foram realizadas apenas como reação à pressão política e social, sem qualquer cronograma de distribuição para estados e municípios”, afirma a confederação.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), anunciou na segunda (15) que a campanha de vacinação contra o novo coronavírus no município será interrompida nesta quarta (17) por falta de doses.
Em Salvador (BA), a campanha foi novamente suspensa no fim desta terça-feira para a aplicação da primeira dose. O estoque que foi guardado para garantir a segunda dose de quem já deu início ao cronograma será aplicado normalmente.
Nesta quarta-feira (17), Pazuello deve se reunir governadores para tratar da crise sanitária no país. De acordo com o gabinete do governador do Piauí, Wellington Dias (PT), quatro temas estarão na pauta da audiência com o ministro:
- cronograma de entrega de vacinas;
- pagamento e ampliação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs);
- solução para o aumento de preços de medicamentos;
- aquisição da vacina Sputnik-V e outras alternativas de imunizantes.
Wellington Dias é o coordenador da temática de vacina no Fórum Nacional de Governadores e presidente do Consórcio Nordeste.
Fonte: G-1