ARTIGO: A difícil tarefa de combater o Covid-19
10/03/2021 14:41 em DIVERSOS

 

Já estamos há quase 1 ano falando e ouvindo falar do Novo Coronavírus, o vírus que foi chamado inicialmente de "mortal" pela comunidade cientifica ainda no mês de janeiro de 2020. Desde então, inúmeros casos de mutações e de como se propagou o vírus pelo mundo veio sendo discutidos por diversas autoridades de saúde, onde tinham o objetivo de conhecer melhor o vírus e trabalhar para contê-lo.

 

Neste artigo quero trazer algumas observações que venho anotando, e acho que poucos leopoldinenses estudaram tanto e leram sobre o vírus que surgiu até então na China em dezembro de 2019. A observar, inicialmente inúmeras autoridades tiveram o papel importantíssimo na forma que trataram a situação, algumas de forma positivas e outras negativas. 

Em primeiro lugar, a China se destacou de forma negativa ao esconder do mundo a fuga de um vírus que estava sob seu controle, visto que tiveram o conhecimento de causa. A censura ao médico chinês Li Wenliang que tinha 34 anos é uma das mais brutas informações que o mundo tem, e que poderia ter, já que o médico tentou alertar todos sobre o vírus. Após o alerta, o mundo acabou chocado com o anúncio de sua morte, alegada ter sido vítima do Covid-19.

Desde então, a China acabou adotando medidas mais severas como o lockdown e curiosamente nem todo país foi fechado, mas apenas regiões em torno da província de Wuhan, impedindo a saída e entrada de pessoas. De lá pra cá mundo ficou privado de muitas informações chinesas que retratassem a realidade e de como criaram protocolos para lidar com o vírus. Pouco se sabe sobre medicações usadas, protocolos e a realidade interna chinesa.

Rapidamente o vírus em larga escala atingiu todos os continentes, levando governos a se empenharem com estruturas de guerra e catástrofes para o combate. Praticamente inútil todos os esforços realizados no primeiro momento. Sem uma medicação que pudesse ser afirmada cientificamente combatedora ao Coronavírus, os governos e a comunidade científica se dividiu durante meses em torno de afirmar quais eram os medicamentos indicados a prevenção e ao tratamento. A falta de um norte levou muitos países ao medo de usarem medicamentos que pudessem agravar a situação, produzindo ainda mais mortes e ou resultados ruins.

Não diferente disso, o Brasil não ficou à parte no processo. Teve taxas de mortalidade e transmissão em nível elevado, mas que sempre é importante salientar que apesar de sermos umas das maiores populações da terra, os índices foram menores em grupos de milhões de habitantes, ficando atrás de muitos países ricos e  menores em população, considerados de primeiro mundo. A guerra política ficou mais evidente que necessariamente o combate ao Covid-19.

No campo das acusações, muitos países acusam a China de ser a responsável pelo vírus, além da omissão de informações que poderia ter evitado os problemas em larga escala. Já a China rebate e acusa os EUA de ser o responsável pelo primeiro caso de contaminação. Realidade que levará tempo para se descobrir por circulava o vírus.

Em março, um estudo científico americano chegou a afirmar que o vírus do Covid-19 ficava no ar por algumas horas e até dias em algumas superfícies. O estudo publicado pela "The New England Journal of Medicine", periódico sobre medicina destacou que as informações estudadas apontava que a resistência do vírus chegava a 3 dias quando exposto em superfícies plásticas ou inoxidável. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não é possível pegar o vírus pelo ar, deixando as populações em dúvida. À época, a OMS afirmou que o vírus só era possível pegar acerca de 1 metro de distância em casos de contato com pessoas contaminadas.

Já uma pesquisa envolvendo 5 países apontou que o vírus estava presente nas redes de esgoto bem antes do surto mundial. Os países pesquisados, incluindo Brasil foram encontradas amostras para o genoma Sars-Cov-2 produzindo ainda mais dúvidas sobre a real origem do vírus. Informações coletadas trazem números a partir de 27 de novembro de 2019, período que antecede aos dados da China. As informações sobre os estudos são da Universidade Federal de Santa Catarina.

Relacionado às informações sobre a presença do vírus em esgotos, em Julho o governo do Rio Grande do Sul encontrou também o vírus em amostras coletadas. Como em outros locais, as autoridades estão preocupadas com esse formato de disseminação.

A análise dos dados nos trás preocupações que remontam dúvidas sobre as únicas táticas usadas para evitar a transmissão, uso de álcool 70%, máscara e o distanciamento inicial de 1 metro e posterior de 2 metros. Assim como no início da pandemia, autoridades como o etíope Tedros Adhanom, diretor geral da OMS chegou a dizer que não era necessário alarmar o mundo com o vírus. Mais tarde chegou a informar que não havia necessidade do uso de máscaras, medidas que foram adotadas em todo mundo.

Tal como as medidas básicas de prevenção, o mundo parece ter perdido um tempo precioso ao não cuidar da rede de esgoto que leva à terra e água toda contaminação humana. Uma simples lavagem de roupas, limpeza da calçada ou descarga no banheiro se tornou uma dúvida muito maior diante de tal propagação.

A exposição destas pesquisas e que não foram tão difundidas pelas grandes mídias revelam o lado negro desta história onde, apesar de toda calamidade não se cobrou das autoridades governamentais que recursos públicos pudessem ser implementados na qualidade vida dos seus cidadãos.

 

Estação de Tratamento de Esgoto / Foto: Rodrigo Rodrigues


Em Leopoldina, município com cerca 942,7 Km², ainda não temos o esgoto tratado, vislumbrando evitar problemas na saúde pública. No entanto vale lembrar que os dois córregos, o Jacareacanga e o Feijão Crú estão passando pelo processo de canalização e tratamento, o que garantirá à população leopoldinense mais um item de prevenção ao Coronavírus e muitas outras doenças que são eliminadas nos esgotos.

 

Nesta segunda 7/12 pedimos informações à Secretária Muncipal de Saúde de Leopoldina por meio da secretária Lúcia Gama e com o membro do Comitê e Comissão de Enfrentamento, Prevenção e Acompanhamento da Ameaça do Covid-19 Vinícius Franzoni para nos informar se houve algum tipo de coleta de esgoto no município de Leopoldina e que tivesse sido constatado o vírus e, ou se não tendo realizado a coleta e o exame, se há previsão para tal, a informação sobre coleta foi de que não houve e não há previsão.

No informe, Vinícius Franzoni informou que o município não tem laboratório com estrutura científica para se descobrir a existência do vírus do Covid-19 no esgoto e que este tipo de trabalho é mais complexo, dependeria de recursos do governo estadual, federal, e ou de algum projeto universitário espefícico.

Ao analisar tantas informações, podemos destacar que a exposição em locais com aglomeração sem a devida proteção e, assentar ou ter contato com partes que podem estar contaminadas são as ações mais comuns na transmissão e propagação viral.

 

Foto: Jairo Fernandes / Rádio Jornal - reprodução Facebook


Assentar nas calçadas onde pedestres passam e que podem ter deixado o vírus é uma insensatez mortal para muitos. Outros locais também reforçam a tese, como assentar nos bancos das praças, manusear os brinquedos compartilhados do parque e academias públicas, como tocar as grades expostas no centro da cidade que foram colocadas para organizar as filas na Caixa Econômica Federal. O ato de encostar nas grades sem a devida higienização com álcool a 70% coloca em riscos todas pessoas que frequentam o local.

 

Após 9 meses vivendo a pandemia, não encontramos em nenhum local na região central da cidade os "displays" ou "totens" que se pode retirar o álcool a 70%. Até mesmo o processo de sanitização em Leopoldina não ocorre como deveria, evitando a propagação. Por outro lado, missão do poder público de combater o Coronavírus se torna mais difícil quando a população não leva a sério, não entende, não compreende e ou ignora a situação. Em todos cenários, o agravamento acaba sendo a vala cavada por todos cidadãos.

 

Fonte: Josué Oliveira - Leopoldina News

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