Já estamos há quase 1 ano falando e ouvindo falar do Novo Coronavírus, o vírus que foi chamado inicialmente de "mortal" pela comunidade cientifica ainda no mês de janeiro de 2020. Desde então, inúmeros casos de mutações e de como se propagou o vírus pelo mundo veio sendo discutidos por diversas autoridades de saúde, onde tinham o objetivo de conhecer melhor o vírus e trabalhar para contê-lo.
Neste artigo quero trazer algumas observações que venho anotando, e acho que poucos leopoldinenses estudaram tanto e leram sobre o vírus que surgiu até então na China em dezembro de 2019. A observar, inicialmente inúmeras autoridades tiveram o papel importantíssimo na forma que trataram a situação, algumas de forma positivas e outras negativas.
Em primeiro lugar, a China se destacou de forma negativa ao esconder do mundo a fuga de um vírus que estava sob seu controle, visto que tiveram o conhecimento de causa. A censura ao médico chinês Li Wenliang que tinha 34 anos é uma das mais brutas informações que o mundo tem, e que poderia ter, já que o médico tentou alertar todos sobre o vírus. Após o alerta, o mundo acabou chocado com o anúncio de sua morte, alegada ter sido vítima do Covid-19.
Desde então, a China acabou adotando medidas mais severas como o lockdown e curiosamente nem todo país foi fechado, mas apenas regiões em torno da província de Wuhan, impedindo a saída e entrada de pessoas. De lá pra cá mundo ficou privado de muitas informações chinesas que retratassem a realidade e de como criaram protocolos para lidar com o vírus. Pouco se sabe sobre medicações usadas, protocolos e a realidade interna chinesa.
Rapidamente o vírus em larga escala atingiu todos os continentes, levando governos a se empenharem com estruturas de guerra e catástrofes para o combate. Praticamente inútil todos os esforços realizados no primeiro momento. Sem uma medicação que pudesse ser afirmada cientificamente combatedora ao Coronavírus, os governos e a comunidade científica se dividiu durante meses em torno de afirmar quais eram os medicamentos indicados a prevenção e ao tratamento. A falta de um norte levou muitos países ao medo de usarem medicamentos que pudessem agravar a situação, produzindo ainda mais mortes e ou resultados ruins.
Não diferente disso, o Brasil não ficou à parte no processo. Teve taxas de mortalidade e transmissão em nível elevado, mas que sempre é importante salientar que apesar de sermos umas das maiores populações da terra, os índices foram menores em grupos de milhões de habitantes, ficando atrás de muitos países ricos e menores em população, considerados de primeiro mundo. A guerra política ficou mais evidente que necessariamente o combate ao Covid-19.
No campo das acusações, muitos países acusam a China de ser a responsável pelo vírus, além da omissão de informações que poderia ter evitado os problemas em larga escala. Já a China rebate e acusa os EUA de ser o responsável pelo primeiro caso de contaminação. Realidade que levará tempo para se descobrir por circulava o vírus.
Em março, um estudo científico americano chegou a afirmar que o vírus do Covid-19 ficava no ar por algumas horas e até dias em algumas superfícies. O estudo publicado pela "The New England Journal of Medicine", periódico sobre medicina destacou que as informações estudadas apontava que a resistência do vírus chegava a 3 dias quando exposto em superfícies plásticas ou inoxidável. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que não é possível pegar o vírus pelo ar, deixando as populações em dúvida. À época, a OMS afirmou que o vírus só era possível pegar acerca de 1 metro de distância em casos de contato com pessoas contaminadas.
Já uma pesquisa envolvendo 5 países apontou que o vírus estava presente nas redes de esgoto bem antes do surto mundial. Os países pesquisados, incluindo Brasil foram encontradas amostras para o genoma Sars-Cov-2 produzindo ainda mais dúvidas sobre a real origem do vírus. Informações coletadas trazem números a partir de 27 de novembro de 2019, período que antecede aos dados da China. As informações sobre os estudos são da Universidade Federal de Santa Catarina.
Relacionado às informações sobre a presença do vírus em esgotos, em Julho o governo do Rio Grande do Sul encontrou também o vírus em amostras coletadas. Como em outros locais, as autoridades estão preocupadas com esse formato de disseminação.
A análise dos dados nos trás preocupações que remontam dúvidas sobre as únicas táticas usadas para evitar a transmissão, uso de álcool 70%, máscara e o distanciamento inicial de 1 metro e posterior de 2 metros. Assim como no início da pandemia, autoridades como o etíope Tedros Adhanom, diretor geral da OMS chegou a dizer que não era necessário alarmar o mundo com o vírus. Mais tarde chegou a informar que não havia necessidade do uso de máscaras, medidas que foram adotadas em todo mundo.
Tal como as medidas básicas de prevenção, o mundo parece ter perdido um tempo precioso ao não cuidar da rede de esgoto que leva à terra e água toda contaminação humana. Uma simples lavagem de roupas, limpeza da calçada ou descarga no banheiro se tornou uma dúvida muito maior diante de tal propagação.
A exposição destas pesquisas e que não foram tão difundidas pelas grandes mídias revelam o lado negro desta história onde, apesar de toda calamidade não se cobrou das autoridades governamentais que recursos públicos pudessem ser implementados na qualidade vida dos seus cidadãos.
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Estação de Tratamento de Esgoto / Foto: Rodrigo Rodrigues |
Em Leopoldina, município com cerca 942,7 Km², ainda não temos o esgoto tratado, vislumbrando evitar problemas na saúde pública. No entanto vale lembrar que os dois córregos, o Jacareacanga e o Feijão Crú estão passando pelo processo de canalização e tratamento, o que garantirá à população leopoldinense mais um item de prevenção ao Coronavírus e muitas outras doenças que são eliminadas nos esgotos.
Nesta segunda 7/12 pedimos informações à Secretária Muncipal de Saúde de Leopoldina por meio da secretária Lúcia Gama e com o membro do Comitê e Comissão de Enfrentamento, Prevenção e Acompanhamento da Ameaça do Covid-19 Vinícius Franzoni para nos informar se houve algum tipo de coleta de esgoto no município de Leopoldina e que tivesse sido constatado o vírus e, ou se não tendo realizado a coleta e o exame, se há previsão para tal, a informação sobre coleta foi de que não houve e não há previsão.
No informe, Vinícius Franzoni informou que o município não tem laboratório com estrutura científica para se descobrir a existência do vírus do Covid-19 no esgoto e que este tipo de trabalho é mais complexo, dependeria de recursos do governo estadual, federal, e ou de algum projeto universitário espefícico.
Ao analisar tantas informações, podemos destacar que a exposição em locais com aglomeração sem a devida proteção e, assentar ou ter contato com partes que podem estar contaminadas são as ações mais comuns na transmissão e propagação viral.
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Foto: Jairo Fernandes / Rádio Jornal - reprodução Facebook |
Assentar nas calçadas onde pedestres passam e que podem ter deixado o vírus é uma insensatez mortal para muitos. Outros locais também reforçam a tese, como assentar nos bancos das praças, manusear os brinquedos compartilhados do parque e academias públicas, como tocar as grades expostas no centro da cidade que foram colocadas para organizar as filas na Caixa Econômica Federal. O ato de encostar nas grades sem a devida higienização com álcool a 70% coloca em riscos todas pessoas que frequentam o local.
Após 9 meses vivendo a pandemia, não encontramos em nenhum local na região central da cidade os "displays" ou "totens" que se pode retirar o álcool a 70%. Até mesmo o processo de sanitização em Leopoldina não ocorre como deveria, evitando a propagação. Por outro lado, missão do poder público de combater o Coronavírus se torna mais difícil quando a população não leva a sério, não entende, não compreende e ou ignora a situação. Em todos cenários, o agravamento acaba sendo a vala cavada por todos cidadãos.
Fonte: Josué Oliveira - Leopoldina News