Por que homens com disfunção erétil não pedem ajuda
DIVERSOS
Publicado em 21/03/2021

 

Manter a chama de um relacionamento acesa é uma construção a dois. No entanto, a disfunção erétil, cuja prevalência se aproxima de 50% depois dos 40 anos, é uma vilã que conspira contra a intimidade dos casais. De acordo com o portal da Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de 16 milhões de brasileiros sofrem com o problema, que se caracteriza pela incapacidade de obter e manter uma ereção suficiente que garanta uma atividade sexual satisfatória. Entretanto, o maior obstáculo para superar o transtorno é a recusa masculina em pedir ajuda.

“O assunto ainda é tabu. Mais de 60% dos homens com disfunção erétil não procuram auxílio, nem sequer falam disso com alguém. O estereótipo do homem de aço, que não pode falhar, continua forte. O aspecto perverso é a retração masculina, que leva ao afastamento do casal. O isolamento emocional pode, inclusive, alimentar um comportamento violento, quando ele não sabe lidar com as frustrações”, afirma o urologista João Brunhara, médico preceptor da divisão de urologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Cerca de 80% dos urologistas estão concentrados na Região Sudeste e o doutor Brunhara, que é também diretor científico da Omens, empresa especializada em saúde sexual masculina por teleatendimento, diz que 50% das consultas são por mensagem. “Embora o ideal seja fazer a primeira consulta por teleconferência, muitas pessoas não querem nem ligar a câmera. Recentemente atendi um caminhoneiro que estava na cabine do seu caminhão, no interior da Bahia”, contou.

Pesquisa encomendada pela empresa ao Datafolha mostrou que decepção, vergonha e insegurança, nesta ordem, eram os sentimentos prevalentes dos que enfrentavam a disfunção. As reações mais comuns de parceiras e parceiros eram amenizar a situação ou não dizer nada, dois indícios de que falta conversa quando o problema se instala na cama. O médico se surpreendeu com alguns resultados: “homens acima dos 50 ou 60 tinham um número de relações sexuais bem razoável. Os jovens na faixa entre 18 e 24 anos eram os mais abstêmios, sendo que 25% não tinham tido relações nos últimos dois anos”. 

 

Fonte: G-1

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