Realidade de muitas famílias
Malena de Souza Clementino e a família vivem com R$ 280 em uma casa com quatro crianças e dois adultos. O dinheiro vem do Bolsa Família e antes da pandemia, ela fazia bicos como faxineiras para complementar a renda.
"As crianças ficavam na creche, né? Duas ficavam na escola e duas na creche, mas agora que parou, fica tudo em casa. Toda horas eles querem comer, quer comer um biscoito, um danone ou pão. Não é sempre que tem para dar, contou Malena ao MG2.
A irmã de Malena, Luciene de Souza, também está desempregada e mora com ela. "Tive que pedir ajuda e estou morando com ela. Ficou pior ainda. Meus filhos comem também. Mais boca para ela. [....] Tem dia que não tem nada para comer", relatou.
"Essa pandemia veio mais para destruir. Muita gente passando fome. É muito preocupante porque a gente não sabe o que fazer. Não temos para onde ocorrer. Não tem de onde tirar. Se não é doação, não tem nada", finalizou Luciene de Souza.
Quem quiser ajudar a família, pode entrar em contato com o número (32) 9-8886-9576.
Prefeitura de Juiz de Fora implementou programas de combate à fome — Foto: Prefeitura de Juiz de Fora/Divulgação
Segundo especialistas, as famílias entram em situação de insegurança alimentar, quando elas vivem em instabilidade de emprego.
"Mais do que insegurança alimentar, é insegurança nutricional. Nos últimos dados que temos acompanhado, é um número assustador de pessoas abaixo da linha de pobreza, e com o fim do auxílio emergencial do Governo em dezembro, muita gente tinha aquela recurso como uma única fonte de renda", explicou Biel Rocha, secretário da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), em entrevista à TV Integração.
De acordo com o secretário, a Prefeitura fornece cestas básicas às famílias necessitadas por meio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e que agora, ações emergenciais estão sendo intensificadas para assistir as famílias e combater a fome.
"Criamos o que chamamos de 'Mesa da Cidadania', que é um espaço virtual, onde se reúnem as mais variadas entidades, pessoas, movimentos, coletivos, que trabalham no dia a dia com isso, ou distribuindo alimento, comida pronta, ou distribuindo cesta básicas nas nossas comunidades", afirmou Biel Rocha.
Já no início da pandemia, foi criado em Juiz de Fora o Fórum de Segurança Alimentar. Em entrevista à TV Integração, o membro do grupo, Rafael Silva, explicou como funciona a ação.
"A gente entende que é necessário fortalecer as organizações que já trabalham com a produção coletiva de alimentos e integrá-las aos movimentos sociais e a diversas iniciativas populares que já estão trabalhando com a distribuição. Então, a Prefeitura faria essa integração, oferecendo apoio técnico, material e financeiro. Dessa forma, fortalecendo os trabalhadores e dando as respostas das soluções àqueles que vivenciam esses problemas", finalizou.
Fonte: G-1 Zona da Mata