A CPI que foi obrigatoriamente instalada pelo STF no Senado Federal, é no mínimo política. Desde os últimos julgamentos da Suprema Corte em relação a diversos temas envolvendo a Operação Lava Jato, Lula, Bolsonaro, eleições e outros temas políticos, a porteira foi escancarada para mais uma vez, o Judiciário brasileiro atuar como protagonista.
A dissolução do grupo da Operação Lava Jato foi o primeiro passo para desestabilizar o maior grupo que se opunha à corrupção praticada por empresários, políticos e inúmeros cidadãos envolvidos em crimes de desvios de dinheiro público. Com o fim da operação, bancado pelo PGR Augusto Aras, a operação caiu em descrédito, sendo minado os trabalhos de vários anos que tinha levado à prisão homens poderosos do país.
Já no STF, a Corte agiu politicamente em diversas frentes. Aceitou as argumentações de suspeição do ex-juiz Sérgio Moro nos julgamentos de Lula, anulou todas decisões proferidas contra Lula, levando casos a extinção e outras à "descondenação", dando um novo prisma político.
As decisões de Fachin foram o ápice da modulação política, quando em pouco tempo levou todo trabalho feito pela Lava Jato e o ex-juiz Sérgio Moro ao fiasco total. O Fachin pegou seus colegas de surpresa e conseguiu convencer a maioria de que Lula foi vítima. Sem contar que os criminosos que tiveram recursos apreendidos, mesmo tendo devolvido dinheiro da corrupção, o STF foi capaz de negar tudo isso.
Com tamanha liberdade, Lula caminha e transita no Judiciário brasileiro como quer, como ordena e assim faz. Inúmeros processos, recursos e habeas corpus passam na frente de outros inúmeros pacientes do país. Ganha prioridade e praticamente toda semana tem alguma estampa nos principais jornais do país e ainda tem transmissão ao vivo pela Tv Justiça, às vezes nos dois canais.
O STF e o TSE estão lutando para que as eleições de 2022 sejam obrigatoriamente em urnas eletrônicas, mesmo com tantos problemas ocorridos. Com sistema inseguro e que foi invadido por hackers em 2020, e que vai aos casos de manipulação de dados, a situação ainda é de desconfiança. Esse jogo jurídico-político é antigo, maquiavélico, patrocinado pela Suprema Corte, onde 11 homens agem como se não tivessem contas a prestar a sociedade brasileira.
As mudanças recentes tem um único foco: Bolsonaro. Os tribunais do país fazem de tudo, em tempo recorde livram Lula e mexem no tabuleiro das eleições políticas do país. Tiraram a autonomia presidencial em 2020, deram a governadores e prefeitos, que neste caso serão os cabos eleitorais de deputados e senadores nas eleições de 2022. Entende o porque não se pode dispensá-los agora? Entende o porque Rodrigo Pacheco e Arthur Lira se fazem durões em relação à CPI Covid? Eles sabem que a CPI vai mexer com seus cabos eleitorais.
Os bastidores do judiciário passam por inversões de regras, desigualdade na aplicação de leis, desconhecimento de fatos criminosos, intervenção indevida em outros poderes. O Brasil nos últimos anos deixou de ser um país com sistema presidenciável, onde a governabilidade se passa por um presidente, sustentado por senadores e deputados federais que legislam, e governadores, os mais próximos imediatamente na forma de governança nacional.
O atual sistema é de "Governo Judicial". Tudo vai no STF, onde sempre a caneta de qualquer um dos 11 ministros falam por si mesmas, descumprindo a Constituição Federal sobre a formação da república, independente e harmônica. Esse é o jogo do mal, onde o mal de Bolsonaro foi um dia ganhar a eleição e virar presidente, sendo hoje totalmente tolido politicamente na Suprema Corte.
A CPI quer saber das omissões do governo federal em relação à pandemia. É uma cortina de fumaça. Querem incutir na mente da sociedade que Bolsonaro é o responsável sozinho por problemas. Assim, no STF se abre caminho para Lula e aliados voltarem ao poder, os mesmos que foram responsáveis por roubalheiras, desvios e ações que levaram o país à falência dos empregos e saúde desde 2013, quando Dilma Rousseff ainda era presidente do país. Estamos há 8 anos em declínio. Justamente quando as coisas melhoravam, veio a pandemia e o Supremo Tribunal Federal para piorar tudo.
Na CPI no Senado, se mexeram e incluíram governadores e prefeitos, mas desconfio que isso ainda terá revés no STF. A corrupção tem sempre um político que advoga para o cão. Não vence nos argumentos no legislativo, apela a outros que não tem voto popular - e eles decidem quase sempre a favor do impostor. Por lá parece que o caldeirão do capeta nunca deixa de arder, e arde demoniacamente na mente dos ministros, fazendo eles falarem coisas terríveis e agirem em total desobediência às regras que foram estabelecidas por todos. O negócio é ferir a base do governo. Negócio é fazê-lo ficar desacreditado diante dos eleitores e da opinião pública, inclusive ao resto do mundo, com decisões que se passam como jurídicas, mas que são políticas e eleitoreiras.
Ainda lembro que, o STF mexeu em muitas regras nos últimos anos, exatamente com finalidades políticas. Eles sabem que também isso faz parte do jogo deles e de todos clientes do mais elevado escalão - precisam se manter no poder. Só espero que esse tiro político, vire um tiro jurídico da verdade e mostre a toda sociedade a face dos políticos e integrantes do judiciário, como também a placa partidária que lá foi instalada. O STF só trabalha, exclusivamente para alguns, por conveniência, por convicção ideológica, por pragmatismo dos seus interesses.
É de vomitar, mas é o Brasil! Isso tem que mudar. Isso só é possível se o Brasil acordar desse sono de terror e fazer políticos trabalharem pela paz da nação.
Neste aspecto, apenas a caneta do presidente não funciona. Ela é quase sempre apagada no STF. Não usam nem corretivo, usam borracha mesmo. Assim deixa manchado a folha de papel, chamada de Brasil.
por Josué Oliveira - diretor blog Leopoldina News