A variante indiana foi registrada pela primeira vez na Índia em outubro do ano passado. Com a explosão de casos no país e sua disseminação no Reino Unido, ela passou a preocupar o mundo. Isso ocorreu, segundo os infectologistas, porque provavelmente a variante se tornou mais transmissível após mutações sofridas desde a sua descoberta.
Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre durante seu processo de replicação. Um único vírus pode ter inúmeras variantes. Quanto mais o vírus circula – é transmitido de uma pessoa para outra –, mais ele faz replicações, e maior é a probabilidade de modificações no seu material genético.
"Existe alguma informação disponível que indica uma transmissibilidade acentuada", disse a líder técnica da OMS, Maria van Kerkovh, durante anúncio.
Essa variante possui três versões identificadas até o momento: B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3. Todas foram descobertas primeiramente na Índia.
Acredita-se que variante se dissemine mais rápido, mas cientistas ainda não sabem dizer se é mais letal e tenha maior transmissibilidade.
Segundo o boletim semanal da OMS, as "taxas de ataque" da sub-linhagem B.1.617.2 da variante indiana parecem ser superiores às da variante britânica (a B.1.1.7). "Novas evidências estão surgindo de que as taxas de ataque para a variante B.1.617.2 relatadas no Reino Unido entre 29 de março e 28 de abril de 2021 foram superiores ao da B.1.1.7", diz o documento.
A sub-linhagem B.1.617.2 também reduz a eficácia das vacinas da Pfizer e de Oxford/AstraZeneca, mas os imunizantes ainda são "altamente efetivos", segundo estudo preliminar.
As vacinas da Pfizer/BioNTech e de AstraZeneca/Oxford são "altamente efetivas" contra a sub-linhagem B.1.617.2 da variante indiana, segundo um estudo preliminar divulgado no sábado (22).
A conclusão da agência de saúde pública da Inglaterra. O artigo ainda não passou por revisão de outros cientistas e não foi publicado em revista científica.
A pesquisa feita entre 5 de abril e 16 de maio mediu o quanto cada vacina conseguiu reduzir casos sintomáticos de Covid-19 causados pela B.1.1.7 (variante britânica) e pela B.1.617.2.
As principais conclusões foram:
- A vacina da Pfizer/BioNTech teve uma efetividade de 88% contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) duas semanas após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade foi um pouco maior: 93%.
- A vacina de Oxford/AstraZeneca teve 60% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a segunda dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade também foi um pouco maior: 66%.
- Ambas as vacinas tiveram 33% de efetividade contra casos sintomáticos de Covid-19 causados pela variante indiana (B.1.617.2) após a primeira dose. Em relação à variante britânica (B.1.1.7), a efetividade de ambas era de 50%.
Fonte: G-1